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O que aponta relatório do Cenipa sobre queda do avião da Voepass

Pilotos relataram falha no sistema antigelo, diz Cenipa


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Crédito: Cenipa/Reprodução

Antes de ser apresentado à imprensa, familiares das vítimas do voo 2283 receberam informações do relatório preliminar da queda da aeronave. O encontro aconteceu em Brasília nesta sexta-feira (06/09) na sede do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

O relatório não aponta culpados, e apenas faz um "balanço" do ocorrido no dia da tragédia que matou 62 pessoas. O Cenipa disse que os pilotos do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP) comentaram problema no sistema antigelo - boot das asas - logo no início do voo. 

"Os tripulantes comentam sobre falhas no sistema de boot das asas (os que quebram o gelo)", afirmou o tenente-coronel Paulo Mendes Fróes, chefe do Cenipa. O chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, disse porém que isso ainda não foi confirmado por dados. " Isso é uma fala extraída que um dos tripulantes indicava que haveria uma falha no sistema de de-icing (degelo), mas essa informação não foi confirmada no sistema de dados", afirmou Moreno.

Com as gravações obtidas verificado ainda que o sistema AIRFRAME DE-ICING, responsável por evitar que ocorresse acúmulo de gelo nas asas, foi ligado e desligado por diversas vezes. Apesar disso as manutenções estavam todas em dia. A aeronave fabricada em 2010 estava certificada para voo em condição de gelo, e os pilotos possuíam treinamento específico para esse tipo de voo. Integrando a tripulação do PS VPB, havia também duas comissárias. Ambas possuíam a Licença de Comissária de Voo (CMS) e estavam com as habilitações para a aeronave tipo AT47 em vigor", disse o Investigador Encarregado.

A tripulação não declarou emergência. 

O relatório final do Cenipa não tem prazo para ser divulgado, mas deve ser concluído em um ano. Os relatórios do Cenipa não apontam culpados, mas o conjunto de fatores que levaram ao acidente. A partir disso, são emitidas recomendações e determinações para melhorar procedimentos, o projeto da aeronave, ou outros aspectos técnicos.

"As investigações ainda se encontram em andamento sobretudo em relações a fatores humanos e técnicos", disse o tenente-brigadeiro, Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica.

VEJA AQUI O RELATÓRIO COMPLETO 

Testes, a história do ocorrido, um documento cuidadoso como aponta especialistas em aviação. Brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, Coronel aviador Carlos Henrique Baldin, chefe de investigação do Cenipa  eo Tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa, falam sobre o relatório.


O documento aponta que a aeronave decolou do aeroporto Coronel Adalberto Mendes da Silva, Cascavel, PR, com destino ao aeroporto Governador André Franco Montoro - Guarulhos (SBGR), São Paulo, SP, a fim de realizar transporte aéreo público regular. Durante o voo em rota, a tripulação perdeu o controle da aeronave.

O chefe do CENIPA, Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno, apresentou Dados Gerais com detalhes de:

  1. Aeronave
  2. Tripulação
  3. Plano de Voo
  4. Meteorologia

A cronologia do voo apontou que ás 13h21 o "controle da aeronave foi perdido e ela ingressou em atitude anormal de voo".

O Cenipa relatou que no momento da queda foi constatado que:

  • Iniciaram-se ruídos de vibração da aeronave, juntamente com o acionamento do alarme "Stall"
  • Perda de controle da aeronave e entrada em situação anormal de voo.
  • Neste ponto, a aeronave inclinou-se 52 graus para esquerda e depois 94 graus à direita, completando um giro de 180 graus em sentido horário.
  • Na sequência, o giro foi revertido para o sentido anti-horário, completando 5 voltas em "parafuso chato" até colisão contra o solo

O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), no início da tarde de sexta-feira (9/08). Não houve sobreviventes.

A aeronave foi fabricada em 2010 e passou a integrar a frota da empresa em setembro de 2022, capacidade máxima de 68 passageiros e altitude de 25.000/ft. 

O relatório apontou que um alarme  do Ice Detector (detector de gelo) soou no avião indicando gelo nas asas do avião, como aviso aos pilotos para tomada das medidas para diminuição. O plano de voo para o trajeto Cascavel/Guarulhos era de altitude de 17.000/ft. Foi detalhado que para o dia 9 de agosto havia a previsão de gelo severo no trajeto.

Confira um resumo do histórico do voo:

  1. Às 11h58 o avião decola do Aeroporto de Cascavel
  2. Às 13h05 foi feita a primeira chamada com o Controle de Aproximação de São Paulo
  3. Às 13h18 a aeronave reportou que estava no ponto ideal de descida/ O APP-SP instruiu a manter os 17.000ft/ Houve troca de frequência para outro setor de controle
  4.  Às 13h20min00s o Second in Command (SIC - piloto segundo em comando) comentou: "bastante gelo";
  5. Às 13h20min05s o airframe de-icing é acionado pela terceira vez.
  6. 13h20min02s até às 13h22min49s (UTC), o APP-SP fez cinco chamadas para o Passaredo 2283, porém não obteve resposta.
  • A aeronave é apta para voar em condições de gelo;
  • A tripulação não declarou emergência;
  • A perda de controle aconteceu durante o voo em condições de gelo.


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