Cotidiano

Adriana Dalfovo, vítima do voo 2283, viveu com V maiúsculo

Filha mais velha, Luiza, publicou homenagem para a mãe enterrada nesta quarta-feira (14)


Imagem de Capa

A filha mais velha de Adriana Maria Dalfovo Santos, a Luiza, fez uma homenagem nas redes sociais e declarou que a mãe esbanjava alegria e vontade de viver. Adriana que teve os sonhos e planos interrompidos viveu com V maiúsculo estava entre as 62 vítimas do voo 2283. 

Não desperdiçou nenhum segundo do relógio, mesmo sem saber que teria a vida tirada de uma forma tão inesperada aos 55 anos. Ao longo dessa trajetória deixou grandes marcas e memórias por onde passou, para a família, os amigos e no trabalho. Adriana deixou o marido Ricardo Esteves Santos e dois filhos, o João Pedro de 26 anos e a Luiza de 27. Ela trabalhava como cartorária e estava no voo viajando ao Nordeste para prestar um concurso.

A filha, na mensagem de despedida para a mãe, descreve os traços que lembra carinhosamente. 

"Meu coração dói.

Uma dor sempre deve ser descrita de acordo com suas características. Mas a dor que eu estou sentindo agora é simplesmente indescritível.

É ao mesmo tempo uma pontada, com aperto e queimação. E quanto a duração, em meio a dor existem momentos de calmaria e paz. Ela vem e vai.

Em meio a esses intervalos, vejo que tudo tem a mão de Deus. Não é a toa que meu avô, uma pessoa tão simples e humilde de coração, começou com um mantra. Isso já era um aviso. Quantas vezes juntos você entoou o: VIVA A VIDA.

Nessa arte, você foi mestre. Nem precisaria entoar esse mantra, porque era perceptível. Você Viveu com V maiúsculo. Foi incansável. De alguma forma sabia que não tinha um centésimo de segundo a perder.

Não podia sentar um segundo, não podia dormir um cochilo. Sempre estava para lá e para cá correndo. Meus olhos limitados, as vezes até achavam demais. Mas um segundo para você valia muito. Valia ouro.

Então você foi lá e fez valer cada tique toque do seu relógio. Cuidou de todos os corações ao seu redor, como ninguém, deu os melhores conselhos, reuniu o irreunivel. E de alguma forma, continua ainda fazendo isso.

Juntou características aparentemente opostas. Foi uma pessoa inteligente, dedicada, temente a Deus, caridosa e trabalhadora. Mas ao mesmo tempo festeira, divertida, dançarina e brincalhona. Sabia que na Vida para tudo se tinha um jeito. Não gastou um segundo reclamando. Nunca ouvi você reclamar de qualquer tipo de dor, de angústia ou de desconforto. Você sempre ia lá e tentava solucionar e acalmar os desafios que tínhamos. Você morreu lutando com afinco pelo seu sonho. Quantas noites mal dormidas, quantos livros e apostilas. Tudo porque você queria mais. Você sempre quis mais. Deus te deu esse tempo limitado, então você foi pouco a pouco extraindo mais e mais de cada fração de segundo. Para nós que ficamos aqui, faço uma junção das frases que você deixou espalhadas pela nossa casa: Aproveite os pequenos momentos. Tenha fé no que está por vir. Bons ventos sempre chegam. Viva la vida. Aqui te amor. Não economize gentilezas, alegrias e bom humor. Foi por amor. 

Minhas querida mãe: que você siga intercedendo por nossa família aí do céu. Por aqui você deixou um legado. Cuidaremos com todo nosso amor e coração disso. Prometo aprimorar pouco a pouco nessa arte de viver com V maiúsculo"



Redação Catve.com

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