Cotidiano

Bartô, cachorro resgatado ileso no incêndio do Edifício João Batista, é cuidado por vizinha

Enquanto vítimas seguem internadas, o bulldog francês da moradora Juliane é acolhido


O bulldog francês Bartô, de pouco mais de um ano, sobreviveu ao incêndio que destruiu o apartamento da tutora Juliane Suellem Vieira dos Reis, no 13º andar do Edifício João Batista Cunha, em Cascavel. Desde aquele 15 de outubro, o cãozinho é cuidado com carinho pela auxiliar administrativa Ana Beatriz Barcelos, vizinha da família. Ela contou a CATVE como foi a decisão. 

"Desde o dia do incêndio, os vizinhos retiraram ele do apartamento e deixaram comigo. Já levei ao veterinário, ele tomou banho no pet shop, estava com cheiro de fumaça, mas agora tá cheiroso e bonito, né, bebê?", contou Ana, sorrindo enquanto acariciava o animal.

Enquanto Bartô se recupera cercado de afeto, as lembranças daquela manhã seguem vivas na memória dos moradores. O incêndio, que mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros e vizinhos voluntários, deixou três pessoas da mesma família feridas — entre elas, Juliane, de 28 anos, que sofreu queimaduras em 63% do corpo e continua internada no setor de queimados do Hospital Universitário de Londrina.

A mãe dela, Sueli Vieira dos Reis, de 51 anos, apresenta melhora e já respira sem ajuda de aparelhos. O filho de Juliane, Pietro José Dalmagro, de 4 anos, também está estável, em Curitiba. Dois bombeiros ficaram feridos durante o combate às chamas.


"Uma cena que não sai da cabeça"

O técnico em refrigeração Lincon Carlos de Oliveira foi um dos primeiros a chegar ao local e ajudou a retirar Sueli do apartamento.

"Ficou marcado na minha cabeça. Uma pessoa tirou uma foto da Juliane saindo, e aquilo martela na minha mente todos os dias. Tá sendo complicado até hoje", contou.

Lincon e o colega Thiago, moradores de um prédio próximo, agiram antes mesmo da chegada dos bombeiros, pouco antes das 7h. Naquele momento, a central do Corpo de Bombeiros recebia diversas ligações relatando o desespero dos moradores na Rua Riachuelo.

Durante o resgate, uma dúvida ainda comove os vizinhos: por que Juliane voltou?

Segundo relatos, Pietro e a avó conseguiram sair pela janela do apartamento de baixo, mas Juliane, que havia deixado o local, teria retornado segundos antes de ser alcançada pelas chamas.

"Eu tentei umas duas, três vezes pegar ela. Eu falei que a estrutura estava firme, que podia ficar tranquila. Fiquei segurando os pés dela até o bombeiro chegar. Pedi pra mandarem ela pra baixo, mas, no momento, optaram por tirá-la pelo andar de cima", relatou Lincon.

Luta pela vida

A amiga Alana Karoline Koerich acompanha a recuperação de Juliane em Londrina e trouxe boas notícias:

"Hoje de manhã eu fiz uma nova visita. Ela dormiu bem, não teve intercorrências e já iniciou a alimentação por sonda. Ainda é um quadro crítico, mas cada passo é motivo pra gente ter esperança", contou.

A perícia já foi realizada, mas o laudo que vai apontar a causa do incêndio ainda não foi concluído. O apartamento era alugado e possui seguro.

Enquanto a família luta pela vida, o pequeno Bartô segue recebendo amor redobrado — e se tornou, para os vizinhos, o símbolo da sobrevivência e da esperança que resistiram às chamas.

Confira detalhes no vídeo:

Reportagem de Leandro Souza | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA

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