Blogs & Podcasts | Ayslan Guetner

Mercosul e União Europeia anunciam acordo histórico - por Ayslan Guetner

Acordo deve fazer com que o fluxo de dinheiro entre o Brasil e a Europa aumente em R$ 94 bilhões


Após 25 anos de negociações, os blocos econômicos do Mercosul e da União Europeia chegaram ao histórico acordo de livre comércio. O anúncio foi feito na última sexta-feira (06) durante a cúpula do Mercosul, em Montevidéu, com a presença de líderes sul-americanos e da presidente do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen.

O pacto firmado entre os blocos, que somam um PIB de USD 22 trilhões, deve fazer com que o comércio entre sul-americanos e europeus seja facilitado, podendo impactar até 718 milhões de consumidores e fazendo com que o PIB do Brasil aumente e 0,5% ao ano, de acordo com as projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Entretanto, o acordo ainda não foi assinado e o processo de consolidação não deve ser tão simples. A assinatura formal só poderá ser feita após o texto passar por uma revisão jurídica e ser traduzido para os idiomas oficiais de todos os países envolvidos. Além disso, existe uma grande resistência por parte da Itália e principalmente da França, que teme perder o posto de grande fornecedor de commodities agrícolas dos países europeus.

Na prática, para entrar em vigor, o acordo dependerá da aprovação do Conselho da União Europeia e do Parlamento Europeu, que reúne todos os países do grupo. Essa etapa é avaliada como a mais desafiadora, pois depende do consenso da maioria qualificada do bloco, ou seja, depende da aprovação de 15 dos 27 integrantes da União Europeia.

A França, que em protestado firmemente contra o acordo, tem articulado com outros países para barrar o tratado e influenciá-los a votarem contra. Os líderes da Polônia, por exemplo, já anunciaram que votarão de acordo com os franceses. Itália e Holanda, apesar de não terem se posicionado oficialmente, possuem as mesmas inclinações.

Em Montevidéu, Ursula Von der Leyen, líder do Parlamento Europeu, mencionou a resistência francesa. Ela mandou um recado para os agricultores franceses que estão protestando contra o acerto. "Aos nossos agricultores: ouvimos suas preocupações e estamos agindo de acordo com elas", declarou.

Por não haver data definida para a realização da votação, assim como para o cumprimento dos próximos passos, pode ser que certos obstáculos burocráticos e políticos continuem dificultando a concretização do acordo por parte dos europeus.

Para o Mercosul, a versão final do acordo reflete avanços significativos, capazes de garantir equilíbrio nas relações comerciais e respeito às necessidades dos países do bloco sul-americano.

Para o Brasil, o acordo Mercosul-UE é significativamente positivo. O tratado com o bloco econômico europeu, que é o segundo principal parceiro comercial do país, potencializa a diversificação de suas parcerias comerciais, além de fomentar a modernização de seu parque industrial com a integração às cadeias produtivas da UE.

A expectativa do governo brasileiro é de que a parceria ajude a dinamizar o fluxo de investimentos no país. A União Europeia, hoje, detém quase metade do estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil.

O tratado, porém, representa mais do que uma parceria comercial: é uma oportunidade para fortalecer a cooperação internacional e abrir novas perspectivas econômicas para empresas e consumidores.

PUBLICIDADE

** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642

Postagens mais lidas de Ayslan Guetner