Vinte e quatro de agosto de 2014. Data que colocou Cascavel nos holofotes do Brasil e do mundo.
Há quase dez anos, uma das piores rebeliões já registradas, tomava conta da então PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) que agora mudou de nome PETBC (Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho).
O motim começou em um domingo, 6h. Três agentes ao ingressarem em uma das galerias, foram surpreendidos pelos presos, que haviam serrado parte da grade. O conflito durou 40 horas e terminou com cinco presos mortos, 27 feridos e 80% da estrutura foi danificada.
Além das cenas chocantes que marcaram este episódio, presos sendo jogados do telhado; outros sendo agredidos, esfaqueados, e até decapitados.
Marcas que deixaram um rastro de destruição não apenas na estrutura, mas no psicológico de todos que tinham alguma ligação com penitenciária.
Não deu tempo sequer de começar a esquecer o motim e outro aconteceu. Três anos depois.
Com a rebelião de 2014 e depois a de 2017, leva ao estigma, ao medo, da sociedade, do servidor e até do preso.
Em 2014 foi antes do café da manhã. Com mais mortes de presos, e trouxe sérios problemas para unidade. Em 2017 também aconteceram coisas horríveis.
Este preso presenciou uma delas: a de 2017, que durou 43 horas e deixou dois mortos.
Ao longo dos anos, a unidade prisional passou por desafios e momentos difíceis, mas também por importantes mudanças. Uma grande reforma só ocorreu depois de 2017.
Agora, nove anos depois da primeira rebelião, a CATVE volta a penitenciária. O tamanho do prédio é o mesmo de antes, 9 mil metros quadrados, mas desde 2021 tem um novo nome. A antiga PEC agora é PETBC (Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho).
A sistemática prisional também mudou. Além das formalidades exigidas na entrada, todos que entram na unidade passam pelo detector de metais, scanner corporal, que detecta qualquer objeto suspeito.
Por dentro, é praticamente um labirinto. Tudo monitorado por câmeras.
No caminho até chegar as galerias, os rastros das rebeliões ainda presentes. Estes reparos na parede são de buracos feitos pelos presos para passarem de um lado a outro. Muita coisa foi queimada na época.
Atualmente, no local são feitas bags de armazenamento. E esta é apenas uma das linhas de produção presentes na, agora, PETBC.
Os presos também trabalham costurando bolas de futebol para uma empresa da Europa e também na fabricação destas botas industriais usadas em frigoríficos, que também são exportadas.
Cada preso que trabalha tem remissão da condenação: Três dias de trabalhados reduzem um dia de pena. E também há uma remuneração. As empresas pagam um salário mínimo nacional, sendo que 25% é descontado e utilizado no sistema prisional.
Do valor remanescente; 80% são destinados aos familiares e o restante fica em uma poupança para quando o apenado sair da penitenciária.
Atualmente são 372 trabalhando na unidade. Destes 157 recebem salário.
Redação Catve.com
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