JC
A falta e a saudade desconhecem o tempo. Ignoram o calendário. Exigem que ela siga em frente, mesmo quando tudo parece ter parado naquele dia.
Há quase um ano, Fernando Lorenzo, de 9 anos, foi atropelado e morreu no cruzamento da Rua Paraná com a Avenida Piquiri, em Cascavel.
"Quando uma mãe entrega um filho a Deus, recomeço e superação não existem mais. O tempo não cura. Só de lembrar o sorriso do Nando... eu não aguento", desabafa Mônica Morais, mãe do menino.
Desde o dia 14 de junho de 2024, a rotina dela passou a incluir uma luta incansável por justiça e por mais segurança no trânsito. A avó de Fernando também guarda na memória o jeito carinhoso do neto: "O sorriso dele falando ‘bom dia, vó’…", lembra emocionada.
A Polícia Civil de Cascavel não conta com uma delegacia especializada para investigar crimes de trânsito, o que, segundo a mãe, dificulta ainda mais o caminho por respostas e responsabilização.
O Ministério Público do Paraná denunciou a motorista, de 44 anos, por homicídio culposo e lesão corporal culposa. Segundo o processo, ela avançou a preferencial sem reduzir a velocidade, bateu em uma motocicleta e invadiu a calçada, atingindo Fernando e outras três pessoas.
Após o acidente, a prefeitura fez intervenções no cruzamento, com novas sinalizações e dispositivos para reduzir a velocidade dos veículos. Mas os números de ocorrências preocupam: de acordo com a Transitar, foram registrados oito acidentes no local em 2023, dois em 2024 e um neste ano.
Neste sábado (14), a partir das 15h, mais uma manifestação pacífica está programada para acontecer no cruzamento da Rua Paraná, local onde Fernando perdeu a vida. Um novo ato de conscientização. Mais um esforço para que tragédias como essa não se repitam.
Confira os detalhes no vídeo acima.
Reportagem de Patrícia Cabral | JC
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