Catve
O padre de Cascavel, Genivaldo Oliveira dos Santos, 42 anos, está sendo denunciado por 21 crimes. As penas somadas podem resultar em uma condenação de mais de 500 anos de prisão. Além disso, o Ministério Público também pede pagamento de indenização para 13 vítimas, com idades entre 12 e 48 anos.
O Ministério Público do Paraná, por meio da 15ª Promotoria de Justiça de Cascavel, identificou 13 vítimas, sendo que duas são do sexo feminino.
As duas mulheres são mães de jovens que foram dopados em supostos tratamentos contra dependência química e 11 do sexo masculino, vítimas de crimes contra dignidade sexual. De acordo com o MP, os fatos ocorreram no Rio de Janeiro, onde o padre pagou viagens à uma das vítimas, também em Guaraniaçu, Santa Lúcia, onde ele trabalhou até ser afastado pela igreja de Cascavel. Mas tudo ficou concentrado em Cascavel, cabendo ao judiciário a decisão de condenar ou não.
Veja os crimes:
A denúncia também pede o pagamento de indenização por danos materiais e morais para cada uma das vítimas. Os valores individuais variam entre R$ 20 mil e R$ 150 mil.
Uma parte dos fatos apurados foi arquivada parcialmente em função do tempo e da insuficiência de provas, porque o suposto autor é uma pessoa falecida, no caso das denúncias contra o arcebispo Dom Mauro, vítima de Covid-19, em março de 2021.
Ainda na denúncia, é pedido que a Polícia Civil apure supostas práticas dos crimes de charlatanismo, exercício irregular da medicina e violação sexual mediante fraude por parte do padre afastado.
Ao Nucria é pedido continuidade das investigações visando apurar, ainda, suposta prática de crime contra a dignidade sexual, que teria ocorrido em um seminário no município, com indícios de autoria a serem apurados contra outro investigado.
De acordo com as investigações, a Arquidiocese de Cascavel colaborou com os trabalhos, mas faltam informações da Diocese de Campo Mourão, sobre outros crimes contra a dignidade sexual, com autoria ainda a ser definida.
Andrea Frias concedeu entrevista à CATVE e explicou que pediu procedimento junto à Vara de Corregedoria dos Presídios, para apurar as razões da transferência do denunciado ao Complexo Médico Penal (CMP), em Curitiba. A mudança ocorreu em 15 de setembro, durante as investigações, sem ciência prévia ou posterior das autoridades policiais, ministeriais ou judiciais. O denunciado continua recolhido no complexo da capital.
Também foi pedido o encaminhamento de cópias dos autos ao presidente do Tribunal e ao Vigário Judicial da Arquidiocese de Cascavel para que sejam apuradas condutas desviantes do denunciado que, embora não tenham sido objeto de investigação penal, indicam desvio de recursos de doações de fiéis e uso indevido de bens paroquiais para fins econômicos pessoais ou práticas criminosas.
Tudo deve ser remetido à 12ª Promotoria de Justiça de Cascavel, com atuação em Garantias Constitucionais, para possibilitar a reparação civil de possíveis danos individuais sofridos pelas famílias das vítimas.
O Ministério Público considera também o fato de as autoridades da igreja terem sido informadas sobre os fatos, já que em 2011, um seminarista assinou um documento onde se comprometeu a não seguir adiante com a denúncia. Dom Mauro, portanto, sabia do caso e não informou à polícia.
Confira os detalhes no vídeo acima.
Reportagem por Déborah Evangelista e Leandro Souza| Jornal da Catve
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