Vereador Mazutti é ouvido sobre atropelamento com carro de padre em Cascavel

O vereador Sidnei Mazutti, acompanhado de advogado, compareceu à Delegacia Cidadã para prestar depoimento após ter seu nome relacionado ao caso do atropelamento de Luiz Edimar Lima dos Santos, que morreu em 12 de outubro de 2019, após ser atingido por um Peugeot 207.

O veículo pertencia ao padre Genivaldo Oliveira dos Santos, recentemente preso em Cascavel por denúncias de abuso sexual, mas ainda não há confirmação sobre quem dirigia o carro no momento do acidente.

O que diz o advogado de Mazutti 

O doutor Armando Souza, que acompanhou o vereador Mazutti até a delegacia, conversou com a equipe de reportagem do Catve.com após prestar depoimento. Ele afirma que Sidnei Mazutti não esteve no local do atropelamento. A relação dele com o padre Genivaldo Oliveira dos Santos seria apenas no âmbito da comunidade católica do bairro Periolo. Mazutti chegou a se confessar com o sacerdote algumas vezes, inclusive.

"A alegação de que o Sr. Mazutti teria de alguma forma interferido ou orientado para que não praticasse perícia, para que o veículo não fosse encaminhado à autoridade policial não procede."

O advogado ainda afirma que o vereador participava de uma atividade na igreja na data do acidente.

O ATROPELAMENTO

O atropelamento aconteceu na Rua Panamá, próximo à Rua Florêncio Galafassi, no bairro Periolo. Luiz Edimar sofreu traumatismo cranioencefálico grave e, apesar da rápida chegada de socorristas e médico do Siate, a morte foi constatada no local. O motorista do Peugeot realizou o teste do bafômetro, que deu negativo.

A família da vítima afirmou que nunca soube quem conduzia o veículo e que ninguém foi responsabilizado pelo acidente. A avó de Luiz, Irma Machado Faustino, relatou que o carro teria sido retirado do local antes da chegada da polícia.

Com o recente caso de abusos envolvendo o padre, o acidente voltou a ser investigado. Novas testemunhas foram convocadas, incluindo pessoas que teriam presenciado o atropelamento e policiais que atenderam a ocorrência.

O padre Genivaldo foi preso no último domingo (24/08) na casa da mãe. Durante a prisão, foram apreendidos jogos eletrônicos, brinquedos, celular e computador. Até o momento, seis vítimas de abuso já foram identificadas. O religioso permanece à disposição da Justiça enquanto as investigações continuam.

VÍTIMAS 

Segundo o secretário Hudson Leôncio, até o momento foram identificadas sete vítimas do padre Genivaldo Oliveira dos Santos e uma do arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, já falecido em 2021. Também é investigado um estupro de vulnerável ocorrido em 2008, contra uma criança. A polícia não descarta o surgimento de novos casos.

Uma das vítimas, hoje em dia padre, relatou que a Igreja Católica tinha conhecimento de denúncias. O secretário questionou a demora em comunicar às autoridades.

O último ato de abuso de Genivaldo, que a polícia tem conhecimento, aconteceu há duas semanas dentro da clinica do padre na cidade de Cascavel.

De acordo com a Delegada Thais Zanatta, será instaurado um inquérito policial sobre um abuso sexual cometido em 2008 contra uma criança de três anos. A vítima frequentava uma creche de irmãos no bairro Guarujá. A mãe e a vítima serão chamadas para prestarem depoimentos.

Gabi Lira | Catve.com