É inegável que vivemos em uma sociedade marcada por muitos tipos de desigualdade e discriminação. Mas cá entre nós: quando falamos sobre o Centro POP, será mesmo que estamos diante de um problema social legítimo ou de um problema social entre aspas?
Explico.
Grande parte das pessoas que vive nas ruas — e isso é perceptível no dia a dia — não está ali por falta absoluta de oportunidade, mas por opção. Alguns enfrentam conflitos familiares, outros têm questões pessoais mais profundas, mas muitos simplesmente não querem responsabilidades e, principalmente, não querem trabalhar.
Essas pessoas recebem Bolsa Família, banho, café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Enquanto eu, você e milhares de cascavelenses saem cedo de casa para trabalhar, esse grupo percorre as ruas pedindo, e depois retorna para almoçar com voucher garantido, tomar outro café e tomar um banho quente no fim do dia. Uma rotina sem obrigações.
E trabalho tem! A Coopavel precisa de gente, a construção civil também, e tantos outros setores estão em busca de mão de obra. Não adianta dizer que os salários são baixos — muitos empregos hoje oferecem vencimentos superiores ao que se recebe com o Bolsa Família.
A questão que fica é: se muitos desses indivíduos têm histórico com drogas, furtos, e não demonstram interesse em mudança de vida, por que a Secretaria do Desenvolvimento Social decidiu instalar o Centro POP em uma região ocupada por clínicas, academias, hospitais e empresas que prestam serviços essenciais à população?
Será que não valeria a pena ouvir os moradores e empresários da área antes de tomar uma decisão assim? Afinal, são essas pessoas que geram empregos, pagam impostos e mantêm a cidade funcionando. São essas mesmas clínicas, academias e comércios que contribuem com arrecadação — e esses recursos públicos são justamente os que bancam a estrutura do Centro POP.
Muitos desses moradores, locatários e empresários estão preocupados — e com razão. Sentem que a instalação do Centro POP vai trazer insegurança, desvalorização e desordem.
A secretária Rose deve ter seus motivos. Imagino que tenha argumentos e justificativas fortes para convencer a comunidade de que essa é a melhor localização. Mas será mesmo?
O que vemos é uma inversão de valores. A cidade precisa acolher quem precisa, claro. Mas precisa, antes disso, respeitar quem já vive, investe e trabalha por ela todos os dias.
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