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O esquema de manipulação de jogos de futebol


As supostas manipulações de resultados, e com fortes indícios de que isso tenha ocorrido no futebol brasileiro, surgiram com fervor nas últimas semanas com as investigações do Ministério Público de Goiás. Mas, no dia 17 de junho de 2022, bem antes do trabalho do MP-GO ganhar corpo, em uma entrevista ao programa ACONTECE da CATVE, o ex-Procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt, disse que o crescimento dos sites de apostas no Brasil notadamente trouxe um aumento substancial no volume de suspeitas na manipulação de resultados no país. O profissional descreveu com riqueza de detalhes como os casos de manipulação acontecem. Ele não errou ao cravar que logo, logo eles viriam à tona. 

Todo a preparação para analisar jogos com manipulações de resultados vinha de relatórios de empresas especializadas em acompanhar a movimentação desse "mercado negro". Os aliciadores sempre preferiram competições de menor expressão, mas sem uma fiscalização rigorosa e punitiva, aos poucos os criminosos foram audaciosamente entrando nos principais campeonatos de futebol do Brasil, até chegarem ao Brasileirão em suas mais variadas divisões. Até porque, convenhamos, quanto mais importante um evento maior era o número de apostadores, capazes de movimentar até R$ 40 milhões em uma partida de Série A (estadual ou nacional). 

Paulo Schmitt alertava que jogadores com salários mais baixos eram fáceis de aliciadores. Os jogadores dos sistemas defensivos sempre foram os mais procurados, evidência exposta nas investigações do Ministério Público de Goiás. 

No escândalo brasileiro que está sendo esclarecido, por enquanto o chefe do esquema de manipulação de jogos do futebol no país tem o nome de Bruno Lopez, segundo o MP-GO, mas para o ex-procurador do STJD nunca existe apenas um "cabeça". 

Schmitt, que passou mais de 10 anos trabalhando no STJD se tornou um canal direto de comunicação do Comitê Olímpico Internacional no Brasil, a partir de 2014, depois que foi convidado para ser Consultor de Integridade do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Desde a escolha dele para ocupar essa função passou a acompanhar estes casos de manipulação. 

Na entrevista à CATVE em junho de 2022 ele disse que as federações precisam agir firmemente para evitar que a situação ganhe outras proporções. Só ter o relatório das supostas irregularidade não é o suficiente. É preciso punição severa, por que não banimento de atletas envolvidos? Punir CPF (pessoas física), jogadores e aliciadores, e punir CNPJ (pessoa jurídica), clubes, é a melhor forma de combater a manipulação de resultados.

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