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Sobrevivente da pólio conta como aprendeu a viver com dores

Em Cascavel metade das crianças em idade de vacinação não foi vacinada contra a pólio


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Foto: Catve.com

A medicina e a ciência são grandes aliadas do bem-estar e da qualidade de vida da população. A vacinação apresenta extrema importância para a conservação da saúde. A maioria das doenças podem ser prevenidas com vacinas, boas opções para proteção contra uma variedade de doenças graves e de suas complicações. 

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O advogado e presidente do Lions Club, José Cláudio, e o médico pneumologista, Humberto Golfieri Junior, têm uma história e apelos em comum destinados aos pais cascavelenses.

Aos nove anos, José Cláudio foi acometido com paralisia infantil e precisa lidar com os problemas físicos no cotidiano, todos os dias. Na época, a vacina ainda não estava disponível à população.

José Cláudio pontua que em cada caso os sintomas são diferentes e, no caso dele, sofre com um problema acentuado na perna esquerda, parcialmente na perna direita. A estrutura do membro inferior ficou mais sensível, fina e flácida. Além disso, ele precisa conviver com dores constantes.

"Uma vacina gratuita, onde as secretarias fazem um trabalho fantástico e mesmo assim muitos pais não estão levando as crianças para vacinar", destaca José Claúdio.

Humberto Golfieri Junior teve parte da perna esquerda, parte da perna direita e parte do braço direito acometidos pela doença: "Eu tenho 62 anos agora e eu fui vítima de pólio aos nove meses, eu acabei não sendo vacinado e contraí a paralisia infantil. A vacina é extremamente segura, e ela evita todas as sequelas. Jovens pais: vacinem os seus filhos para que essa doença permaneça erradicada .Uma gotinha salva vidas", concluiu.

O Estatuto da Criança e do Adolescente é categórico: a vacinação das crianças é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Os advogados explicam que cabe aos pais, mães ou responsáveis cumprir a lei.

MUTIRÃO DE VACINAÇÃO EM CASCAVEL

Neste fim de semana, 199 crianças foram vacinadas no Zoológico, Feira do Teatro e Shopping JL. As doses eram para os pequenos que têm entre 1 ano até 4 anos, 11 meses e 29 dias. Ao todo, mais de 18 mil crianças atendem a esse perfil em Cascavel. A meta da campanha é atingir 100% do público alvo, de acordo com o último levantamento de sexta-feira (16), o número estava em apenas 42,9%.

"É uma situação preocupante, lembrando que a poliomielite é uma doença grave e está erradicada no país há 30 anos, mas isso se deve às altas coberturas vacinais. A partir do momento em que a população não se vacina, a chance do vírus retornar é altíssima", afirma a Coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Ana Carolina Rossin.

Além disso, o Comboio da Saúde permanece em frente a Catedral Nossa Senhora Aparecida. Os pais também podem buscar as unidades de saúde do bairro que mora para a imunização. A campanha de vacinação até 30 de setembro.

A VACINA

No dia 12 de abril de 1955 era anunciada ao mundo a descoberta da primeira vacina contra a poliomielite, doença também conhecida como paralisia infantil. Descoberta pelo cientista americano Jonas Salk, que a desenvolvia desde 1954, recebeu o nome de Vacina Salk. Ela era administrada de forma injetável. 

Os primeiros testes foram eficazes em 80% dos casos. Era o começo da vitória contra a poliomielite, provocada por um vírus altamente contagioso, que afeta principalmente crianças pequenas. Sete anos depois da descoberta, o pesquisador e médico Albert Sabin desenvolve outra vacina, a famosa gotinha, administrada por via oral, mais barata e de alta eficácia. Com as duas vacinas, a poliomielite é considerada erradicada do mundo em 1994.

A DOENÇA

A pólio se multiplica no intestino, invade o sistema nervoso e causa deformações no corpo, podendo levar à morte. O agravamento da epidemia aconteceu em 1952. Cinquenta e oito mil novos casos foram relatados somente nos Estados Unidos, onde mais de três mil pessoas morreram da doença. No Brasil, a epidemia mais grave de poliomielite ocorreu no ano de 1986, no Nordeste. Investigações mostraram que o problema estava na vacina contra o soro tipo 3, utilizada desde 1980 e que não fornecia proteção suficiente. A vacina foi então modificada e a poliomielite erradicada.

Hoje a maioria dos países promove campanhas de vacinação contra a paralisia infantil usando a vacina Sabin, que também faz parte do calendário básico de vacinação das crianças brasileiras que tomam três doses básicas da vacina.

Catve

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