Os processos de aquisição de materiais, equipamentos e veÃculos em andamento pelo Gabinete da Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIFRJ) já somam R$ 1,211 bilhão. Desse total, a maior parte vai beneficiar a PolÃcia Militar, com R$ 565 milhões em materiais. A PolÃcia Civil vai receber R$ 297 milhões; a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), R$ 87 milhões em materiais; o Ministério da Defesa, R$ 200 milhões; o Corpo de Bombeiros, R$ 59,7 milhões; a Secretaria de Segurança, R$ 2,5 milhões, e o próprio Gabinete R$ 424,4 mil.
Os dados foram divulgados hoje (25) pelo interventor general Walter Braga Netto, durante o fórum Olhares sobre a Intervenção Federal: Planejamento, Economia e PolÃticas Públicas, uma parceria do Observatório Militar da Praia Vermelha e a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo o general, os processos de aquisição incluem 3.605 veÃculos, mais de 30 mil armamentos e 1 milhão de munições, 24 mil coletes balÃsticos, 1.000 equipamentos de proteção individual e 268 mil peças de fardamento, além de material para polÃcia técnica, manutenção preventiva de veÃculos, itens de salvamento e material de informática.
Legado
Braga Netto destacou, porém, que, como principal legado, a intervenção vai deixar questões intangÃveis e de mudança de postura das corporações.
"O mais importante é o intangÃvel. São os cursos de gestão, é a parte de ensino que nós estamos trabalhando, é a postura do policial na rua. Todo dia de manhã o coronel Laviano [Luis Claudio Laviano, comandante da PolÃcia Militar] bota uma mensagem de WhatsApp, à s 4h30 da manhã: policial, ter atitude não significa ser grosseiro; policial, quando a viatura está parada pelo menos um deve ficar fora do carro; sobre manutenção do armamento. Todo dia! Isso é o intangÃvel e esse vai ser o grande legado da intervenção".
Em declaração à imprensa, o secretário de estado de Segurança, general Richard Nunes, explicou que o objetivo do evento é" dar satisfação à sociedade do trabalho que tem sido realizado" e que segue uma "disciplina muito grande" para alcançar os objetivos listados no plano estratégico e na aplicação de recursos.
Segundo Nunes, os indicadores de criminalidade de setembro, que ainda não foram fechados, mostrarão a "redução significativa de todas as modalidades criminosas", na comparação com o mesmo perÃodo do ano passado.
"Temos a confiança elevada de que estamos solucionando os problemas graves que encontramos. Se compararmos a situação que temos hoje, em setembro, com aquela que encontramos em fevereiro, a mudança é significativa. Nós encontramos um quadro deteriorado, com indicadores todos crescentes. A tendência é que nós chegássemos a essa época do ano totalmente fora de controle, o que nós conseguimos foi reverter essa tendência, e hoje nós temos pleno controle das instituições e sabemos o muito que temos que avançar ainda, mas é importante que a gente reconheça tudo que já foi feito".
Os dados apresentados pelo GIF no evento mostram queda nos números de homicÃdio doloso, que passou de 508 em março para 358 em agosto, e o de latrocÃnio, que passou de 20 para 13. Os roubos de rua baixaram de 11.206 registros em março para 10.854 em agosto e os roubos de carga baixaram de 918 para 673, na comparação entre os dois meses. O roubo de veÃculo passou de 5.358 para 3.909 e os roubos a estabelecimentos comerciais caÃram de 638 para 535.
As mortes decorrentes de intervenção policial foram 109 em março, e em agosto subiram para 175.
Agência Brasil