Policial

Sindicato contesta declaração de Tarcísio e afirma que PCC ainda controla presídios de SP

Entidade aponta descaso da gestão, com superlotação crônica e falta de efetivo


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Pablo Jacob /Governo do Estado de SP

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) reagiu publicamente às afirmações do governador Tarcísio de Freitas de que as facções criminosas não comandam mais as unidades prisionais paulistas. A declaração do chefe do Executivo foi feita durante um balanço das ações de seu governo no Palácio dos Bandeirantes.

Em nota oficial, o Sifuspesp sustentou que o crime organizado ainda "comanda das gaiolas para dentro", referindo-se ao controle exercido sobre os presos dentro das celas. A entidade sindical argumenta que, atualmente, os detentos frequentemente precisam da intermediação de faccionados para tratar de assuntos com os agentes penitenciários.

A organização atribui a persistência desse cenário ao "descaso" da atual gestão, citando dados que mostram uma superlotação crônica e uma defasagem no efetivo. De acordo com o sindicato, para uma população carcerária que ultrapassa 220 mil pessoas, há pouco mais de 24 mil policiais penais responsáveis pela segurança interna, externa, transporte e escolta. A entidade alega que grande parte das unidades opera com lotação superior a 137,5% do limite estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Tarcísio, ao discorrer sobre as políticas de segurança, havia afirmado: "Quem fala que há um controle das facções nos presídios. Não há. Não há mais. Esse tempo passou. Hoje há um controle do Estado. O Estado comanda os presídios". Embora não tenha mencionado nominalmente o Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção é amplamente reconhecida como a principal organização criminosa atuante no sistema prisional.

O Sifuspesp classificou a declaração do governador como "uma das mais perigosas da história do estado", alertando que negar o problema pode levar ao "colapso do sistema prisional, com consequências aterradoras". A nota ressalta que a negação da influência das facções por governos anteriores teria permitido a expansão do crime organizado.

Em entrevista, o presidente do sindicato, Fábio Jabá, afirmou que Tarcísio "não conhece muito a realidade" da categoria. Ele explicou que, embora a atuação seja menos ostensiva atualmente, o PCC mantém o comando sobre os presos por meio de uma estrutura de "disciplina" dentro de cada unidade. Jabá citou o líder faccional Marcos Camacho, o Marcola, que cumpre regime de segregação máxima em Brasília, como exemplo da influência que ainda precisa ser contida.

Antonio Mendonça/ Catve.com/ Metrópoles

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