ECAD cobra direitos autorais de músicas tocadas em academias

Não tem como separar música de malhação. O som é praticamente imprescindível. "A música é fundamental, com ela você pega ritmo no treino". "Acho que a música estimula muito". "É bem importante, dá um ânimo pra gente, e na prática em alguns aparelhos ajuda a passar o tempo". O problema é que oferecer esse recurso aos usuários vai custar no bolso dos empresários do setor em Cascavel. O ECAD, instituição privada criada para arrecadar os direitos autorais das músicas tocadas em locais com grande fluxo de pessoas, tem visitado vários estabelecimentos e emitido cobranças. "Muitas vezes você vê cobranças que não tem nada a ver, não tem sentido, são abusivas, valores acima de certos impostos". Se não bastasse a surpresa da visita os donos das academias têm repudiado a forma da abordagem. "Existe uma maneira legal do fiscal chegar e te abordar, se identificando, mostrando de qual empresa ele é, mostrando ao menos um crachá da empresa, assim podemos recebê-lo de forma ideal". Em Cascavel são cerca de 80 academias, e a dúvida em torno da cobrança é geral. Para quem vai? Pra onde vai? E principalmente o critério usado para cobrança. "Não encontrei critério nenhum na recepção deles, apenas chegaram e falaram que o valor seria de R$ 280,00. Eu não entendi o porque. O cara chega não vê metragem nenhuma, e solta o valor. Eu estava conversando com amigos, proprietários de academias também e eles falaram alguns valores bem maiores, e espaços bem menores que o meu. Bem estranho a abordagem deles, sem sequer uma trena". Na semana passada a justiça de Curitiba decidiu anular as multas aplicadas nos últimos dez anos aos estabelecimentos comerciais vinculados a Associação Brasileiras de Bares e Casas Noturnas no Paraná, por meio do ECAD. Ainda de acordo com a decisão a falta de transparência nas cobranças é contestada, até porque não se trata de um órgão público. A esperança agora é que esta mesma decisão se estenda de alguma forma também nas academias. Diante de tantos questionamentos e indignação este empresário preferiu deixar a situação para um advogado. "Nós entramos em contato com nosso advogado e ele vai ver uma forma legal de fazer ou não esse pagamento".

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