Moradores reclamam do pagamento do asfalto no bairro Morumbi

Dona Eulina sonhava com o dia em que o asfalto passaria em frente a sua casa. "Esperei muito, muito, muito, nós esperamos muito". O que era sonho virou pesadelo, o asfalto chegou e a conta também e este é o motivo que deixou muitos moradores de cabelo e pé. "Nós tomamos um choque, porque nós não esperava que ia chegar tudo assim, 22 mil reais, não é muita coisa pra quem é aposentado?". O valor realmente é assustador, no caso de Eulina a dívida é de R$ 22.469,76 que pode ser dividido em 60 meses, o valor da parcela ficaria em R$ 375 isso sem contar os juros durante 5 anos. Os boletos geraram revolta e indignação, o bairro Morumbi fica na região norte da cidade, onde as construções são simples e grande parte da população vive de 1 salário mínimo. Seo Valdir mora em uma casa em que o forro está caindo, mas não há dinheiro para fazer as melhorias e o asfalto trouxe a ele uma dívida de R$ 15 mil. "Tinha que vir bem mais pouco pra eu poder tirar do meu salário e não parar de comer e nem pagar água e luz". Os moradores se sentem enganados, eles afirmam que a promessa feita por políticos no bairro foi outra. "Todo mundo achava que era verba do fundo perdido, que eles falavam muito nisso aí". "Promessa que era o negocio do fundo perdido que eles tinham resgatado, tava ate nas placas ali". Seo Neri não sabe como vai pagar a conta. "Se a gente ganha R$ 1 mil por mês, como é que vai pagar um asfalto de R$ 1 mil, não tem como". Darci também está quebrando a cabeça. "Tem que dar um jeito, ver se o filho ajuda". Só que ele já planejou como será a resposta. "A gente tem que saber em quem votar, escolher bem nossos candidatos". NOTA DA PREFEITURA A Secretaria de Obras informa que não foi localizado projeto de asfalto a fundo perdido na região do Morumbi. De acordo com os registros na pasta, todos os realizados naquele bairro foram financiados pelo Paraná Cidade, com contrapartida do Município. Portanto, o edital de cobrança de contribuição de melhoria foi lançado baseado na Lei Complementar 066/2010. Por outro lado, o setor ressalva que todo o questionamento ou pedido de esclarecimentos feito pelo contribuinte, poderá ser encaminhado via protocolo, abrindo processo para avaliação, discussão, bem como possíveis revisões.

Jornal da Catve 1ª Edição