Casa Pop precisa de doações para atender demanda de acolhidos

Olhar inquieto, perdido, em busca de fuga. Este é o morador de rua que foi resgatado pela equipe da Assistência Social do Município. Nas ruas ele era conhecido, mas nunca ninguém conseguiu trocar uma palavra. O nome, ninguém sabe. Não há documentos e a família jamais se manifestou. O rapaz era visto constantemente pelo centro e também perambulando pelas rodovias, nunca aceitou ajuda. E desta vez a abordagem só foi possível porque o rapaz estava debilitado com a roupa toda molhada da chuva e a beira da hipotermia. "Ele estava em um lote baldio, a equipe abordou ele, ele estava com muito frio, tremendo, foi agasalhado, deram comida e ele foi melhorando". Ele tem se mostrado bastante tímido e disciplinado. "Tem se mostrado muito disciplinado, come bem, imaginávamos que não ficaria no quarto com os demais, mas pelo contrário". A Casa Pop fez o acolhimento e agora o rapaz se une a outras 14 pessoas que compartilham do mesmo espaço. "O atendimento aqui é muito bom". Quem morou na rua não esquece as horas difíceis. "O que lembro é da angústia, raiva, passava muito medo". A casa precisa de doações. Nesta época do ano a demanda cresce muito. "As pessoas que estão na rua dependem muito de sapato, meias, sem roupa, então essa é uma necessidade nossa". A Casa Pop oferece condições para que a pessoa assistida seja reinserida na sociedade. Algumas até trabalham durante o dia e podem ficar no local até que consigam assumir a vida sozinhas. Eles também participam de oficinas no local e no artesanato expressam talentos e sentimentos. Demonstram através dos desenhos a vontade de encontrar um caminho e seguir a vida.

Jornal da Catve 1ª Edição