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Fraturas estão entre principais causas de afastamento de trabalhadores

Em Cascavel, o trabalhador demora em média 27 dias para conseguir agendar perícia


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A cicatriz do dedo fraturado não é a única marca que o trabalho deixou na vida do seo José. O esforço repetitivo também gerou uma lesão no ombro e a incapacidade temporária para exercer a função fez marcas ainda maiores. "De todas as marcas a pior é a psicológica, você sabendo que tem capacidade para trabalhar, mas por causa de um acidente você fica inválido e muitos não levam isso a sério". Seo José é o retrato do trabalhador doente de Cascavel. Só em 2014 o INSS concedeu 6.933 afastamentos por doença ou acidente de trabalho. Entre as principais causas estão as fraturas no punho e em mão, dor lombar, mioma de útero e lesões do ombro, problemas que muitas vezes poderiam ser evitados. "O empresário tem que dar condições para que o colaborador tenha as condições necessárias para evitar acidentes, e o colaborador tem que prestar atenção naquilo que está fazendo em sua função". Dona Natalina bem que tentou evitar a cirurgia, mas depois de 10 anos de tratamento sem sucesso a dor venceu. A garantia do repouso necessário para recuperação só veio agora com a liberação do perito. "Consegui, estou contente. Agora ficou bom, já ajuda". Em Cascavel, o trabalhador demora em média 27 dias para conseguir agendar a perícia, no entanto o prazo já começa a contar a partir do décima sexto dia de afastamento, e o jeito é negociar com os credores. Para ter direito ao benefício o trabalhador precisa cumprir três requisitos básicos: estar vinculado a um empregador; ter no mínimo doze meses de contribuição com o INSS e provar a incapacidade com o trabalho. "Tem uma diferença entre estar doente e estar incapacitado para o trabalho. Embora o benefício tenha o nome de auxílio doença ele só gera direito ao benefício se a pessoas estiver incapacitada para o trabalho". Em média 30% dos pedidos de auxílio doença ou acidentes são negados pelo INSS. Quem consegue o benefício representou um custo de mais de R$ 3 milhões somente no mês de setembro em Cascavel. Valor alto que poderia ser economizado com prevenção. "Se existisse uma educação, acredito que esses pedidos reduziriam".

Jornal da Catve

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