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PF deflagra operação para desarticular fraudes financeiras milionárias em Curitiba

Mandados cumpridos atingem grupos que usavam falsas estruturas financeiras para atrair investidores


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Imagem: Polícia Federal

A Polícia Federal realizou na manhã desta quinta-feira (4) a Operação Mors Futuri para desarticular grupos suspeitos de montar instituições financeiras clandestinas e captar recursos de investidores de forma irregular em Curitiba. As suspeitas envolvem crimes contra o sistema financeiro nacional, o mercado de capitais, estelionato, organização criminosa e crimes contra a economia popular.

O delegado federal Filipe Pace afirmou que a investigação é "voltada à apuração e descapitalização de grupos suspeitos da prática de crimes contra o sistema nacional, contra o mercado de capitais, de estelionato, contra a economia popular, lavagem de dinheiro e associação ou organização criminosa".

A PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão na capital paranaense. A Justiça Federal determinou o bloqueio de valores em contas dos investigados em até R$ 60 milhões e o sequestro de imóveis que teriam sido adquiridos com recursos obtidos nos esquemas. Segundo Pace, "as medidas cautelares foram instauradas há pouco mais de três meses, após o recebimento de diversas pessoas que se diziam vítimas de esquemas fraudulentos envolvendo ofertas de investimentos".

As apurações apontam que um grupo sediado em Curitiba, por meio de empresa criada na cidade, captou recursos de terceiros com promessas de rentabilidade fixa, baixo risco e valores acima da média de mercado. Depois, dois integrantes se separaram e formaram outra empresa, que manteve o mesmo modelo de captação. O delegado explicou que os investigados afirmavam operar no mercado financeiro com os valores investidos, inclusive em plataformas de renda variável, e que alguns contratos mencionavam algoritmos e programas de inteligência artificial para justificar os lucros prometidos.

Pace destacou que "a primeira empresa, que continuou sob domínio do novo investigado, se associou a novas pessoas e, a partir da constituição de uma nova empresa denominada como uma espécie de banco digital, continuou e aumentou a captação de terceiros com a oferta de rendimentos mensais acima do mercado".

Nenhuma das empresas envolvidas tinha autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou do Banco Central para atuar como instituição financeira ou oferecer esse tipo de investimento. De acordo com a PF, os responsáveis deixaram de prestar contas, interromperam pagamentos e começaram a ocultar informações e patrimônio. A investigação identificou movimentação superior a R$ 1 bilhão no sistema financeiro.

Imagens: Polícia Federal

Os policiais concluíram que apenas parte dos valores chegou a ser aplicada no mercado financeiro e que essas operações geraram prejuízos. Os rendimentos pagos aos investidores, assim como os saques e a remuneração dos responsáveis, dependiam exclusivamente da entrada de novos clientes, o que confirma o indício de pirâmide financeira.

Um dos investigados, apontado como principal articulador, teve prisão preventiva decretada. Ele fugiu após o colapso do esquema e, dias antes da interrupção dos pagamentos, realizou transferências milionárias para pessoas físicas e jurídicas de Santa Catarina, incluindo indivíduos ligados ao mercado paralelo de câmbio. O homem deixou Curitiba e pode ter saído do país. Por isso, a PF pediu a prisão preventiva, autorizada pela Justiça Federal, que também determinou a inclusão do nome dele na Difusão Vermelha da Interpol.

Os envolvidos poderão responder, de acordo com suas participações, por crimes contra o sistema financeiro nacional, o mercado de capitais, estelionato, crimes contra a economia popular, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome da operação, Mors Futuri, faz referência ao banco digital clandestino criado pelo grupo e ao destino dos valores das vítimas, que, em vez de gerar os rendimentos prometidos, teriam sido desviados para manter o esquema e beneficiar os integrantes da organização.

Bruna Guzzo | Catve.com com Polícia Federal

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