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Forças de segurança explicam andamento das buscas pelos desaparecidos em Icaraíma

Polícia Civil analisa material coletado e requisita dados telemáticos para avançar nas investigações


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Polícia Civil

Uma entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (11) em Umuarama detalhou os trabalhos de busca e investigação pelo desaparecimento de quatro homens em Icaraíma, na região de Umuarama. Os desaparecidos são Alencar Gonçalves de Souza, morador local, e os paulistas Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso, que estão desaparecidos desde a última terça-feira (5).

Desde a última quarta-feira (6), as forças de segurança têm trabalhado intensamente para esclarecer o desaparecimento dos quatro homens em Icaraíma, no Paraná. O caso envolve Alencar, morador local e três cobradores que teriam sido contratados por ele para cobrar uma dívida ligada a uma negociação de uma propriedade rural.

Busca integrada das forças de segurança

O Major Gimenez, comandante do 25º batalhão da Polícia Militar, explicou que equipes da PM e da Polícia Civil estão em contato constante para investigar o caso. "Estamos utilizando toda a estrutura logística e o efetivo do nosso batalhão, com apoio inclusive de aeronaves, para dar andamento às buscas", disse. Ele ressaltou que as buscas vêm migrando por diferentes locais, principalmente entre as regiões de Icaraíma e Umuarama, com grupos especializados atuando no terreno.

Além disso, o serviço reservado da Polícia Militar tem recebido informações importantes que vêm sendo compartilhadas com a Polícia Civil para orientar as diligências. Em uma ação recente, foi apreendida uma espingarda calibre 12 durante uma busca realizada em uma casa.

O Major Cézar Perdoncini, do Corpo de Bombeiros, destacou que os trabalhos da corporação estão no quinto dia, com o uso de binômios caninos, equipes de cães farejadores e seus treinadores e reforço com equipes aquáticas e equipamentos sonar para mapeamento do Rio Ivaí. "Nossa atuação é fundamental para garantir a segurança das equipes e ampliar a área de buscas em ambientes aquáticos, especialmente nas balsas de Herculândia e Porto Novo", explicou.

Aém disso, desde ontem (11), conta com equipes aquáticas de Curitiba que usam sonar para mapear áreas do Rio Ivaí, cobrindo 160 mil metros quadrados para garantir que não haja vestígios nos rios, como veículos ou pessoas.

O caso e as investigações

Segundo o delegado-chefe da 7ª Subdivisão Policial, Gabriel Menezes, as investigações começaram na quarta-feira após a notícia do desaparecimento. "Descobrimos que Alencar contratou três indivíduos do Estado de São Paulo para cobrar uma dívida relacionada a uma negociação de venda de uma propriedade rural em Icaraíma", explicou.

Há divergências sobre o valor da dívida, mas a polícia levantou que o imóvel foi transferido para um membro da família devedora em 5 de agosto, sem o pagamento das parcelas acordadas, que somariam R$ 255 mil, divididos em dez parcelas de R$ 25 mil.

Os cobradores chegaram à região na segunda-feira para o primeiro contato e voltaram na terça para a continuação da cobrança. Foi nesse momento que perderam contato com familiares, o que levou à comunicação do desaparecimento à polícia.

O delegado Thiago Andrade Inácio, responsável pelas investigações em Icaraíma, contou que todas as informações estão sendo verificadas e que as buscas envolvem áreas rurais, rios e propriedades onde os desaparecidos estiveram.

"Até agora, a principal linha de investigação é homicídio, mas outras possibilidades não estão descartadas, pois ainda não há confirmação definitiva do que ocorreu", explicou Thiago.

Prisões e diligências

A Polícia Civil já fez a expedição de dois mandados de prisão temporária contra suspeitos relacionados ao caso, mas eles ainda não foram localizados. Um indivíduo foi preso portando uma arma calibre 12, porém, até o momento, não há ligação confirmada entre ele e o desaparecimento ou morte das vítimas.

Para ajudar nas investigações, a Polícia Civil solicitou à Justiça autorização para acessar dados telemáticos, que incluem informações de telefonia, mensagens e dados de internet, das pessoas envolvidas no caso. Segundo o delegado Gabriel Menezes, "Temos tomado medidas para conseguir esses dados telefônicos e de internet. Estamos analisando informações que chegam de forma anônima, o que gera muito material para ser estudado ao longo dos dias. Só depois de analisar tudo isso é que poderemos decidir os próximos passos das buscas. Por enquanto, já verificamos todos os locais que tínhamos e agora vamos focar na análise desses dados para continuar o trabalho."

Versão da família e contexto

A família dos cobradores relata que o trabalho deles consiste em buscar dívidas consideradas difíceis de receber, mas que, nos 13 anos de atuação, nunca houve emprego de violência ou uso de armas de fogo. "Houve algumas conduções à delegacia por desentendimentos, mas nada que envolvesse agressão ou prisões por porte ilegal de armas", disseram familiares.

O delegado Thiago ainda destacou que todas as possíveis rotas e locais que os desaparecidos poderiam ter passado foram investigados, e as equipes seguem prontas para atuar caso surjam novas informações.

Próximos passos

As forças de segurança permanecem unidas para esclarecer o caso. Novas ordens judiciais podem ser solicitadas à medida que surgirem novas provas ou suspeitos e a perícia no veículo utilizado pelos desaparecidos está em andamento.

Bruna Guzzo | Catve.com com Polícia Civil

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