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Como Cascavel vai melhorar a segurança em relação às pessoas em situação de rua?

Abordagem de prefeita de Balneário seria modelo a seguir? "aceita ajuda ou vai embora, na rua de BC não fica"


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Foto: Catve.com

Nos últimos dias, o tema que tem gerado discussão em Cascavel e região é a crescente insegurança envolvendo moradores em situação de rua. O caso mais recente que chamou atenção foi a morte brutal de Luis Lourenço, no dia 25 de março, próximo ao Parque Vitória, o que levou a população a se unir em um pedido urgente por mais segurança.

Atualmente, de acordo com um levantamento da secretaria de Segurança Pública Municipal, em Cascavel são pelo menos 1.200 moradores em situação de rua, 87% deles tem passagem criminal. E essas pessoas ocupam diversos espaços públicos da cidade: semáforos, portas de bancos, supermercados, lojas, rodoviária, terminais de transporte público e nas esquinas. Esses indivíduos, na maioria das vezes, pedem dinheiro ou comida para sobreviver. E, apesar de várias ações das forças de segurança da cidade, que buscam oferecer ajuda, internamento e oportunidades de emprego, o problema persiste e a questão que fica no ar é: o que falta para que a situação seja, de fato, resolvida?

Um exemplo relevante vem de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde a prefeita Juliana Pavan liderou a Operação Resgate a Vida BC, com o intuito de acolher e oferecer oportunidades para os moradores de rua. Durante a operação, Juliana, acompanhada das autoridades de segurança, deixou claro para os moradores de rua: "ou aceita ajuda ou vai embora, porque aqui na rua de Balneário não vai ficar". Essa ação, realizada e divulgada nas redes sociais em fevereiro deste ano, reflete uma abordagem mais rigorosa e direta para lidar com o problema, buscando não só oferecer apoio, mas também estabelecer limites claros.

Embora a operação de Balneário Camboriú tenha sido realizada em outro município, ela traz à tona um problema que é visto todos os dias em Cascavel: o aumento do número de moradores de rua e a insegurança que isso gera para a população. Apenas na mesma semana da morte de Luis Lourenço, dois casos semelhantes de violência envolvendo moradores de rua foram registrados. No sábado (29), um homem em situação de rua foi detido pela Guarda Municipal na Avenida Brasil por ameaçar pedestres com um paver. No mesmo dia, outro indivíduo foi preso na Avenida Carlos Gomes após ameaçar pessoas e causar danos a estabelecimentos comerciais.

A população de Cascavel, diante desses episódios, questiona: até quando? Até quando teremos medo de caminhar pelos parques da cidade ou pelo Lago Municipal? Até quando será necessário dar uma moeda para garantir a própria segurança? Até quando teremos que conviver com esse sentimento de insegurança?

Além disso, surge a pergunta que muitos se fazem: o que falta para que as operações nas ruas sejam realmente eficazes e tragam uma solução duradoura? Será que o posicionamento firme da prefeita Juliana Pavan e sua abordagem direta seria o modelo que Cascavel precisa para resolver de maneira efetiva esse problema e melhorar a segurança da cidade?

QUAIS MEDIDAS JÁ ESTÃO SENDO ADOTADAS EM CASCAVEL? 

Não doe esmola! 

Uma das medidas adotadas pelo município é o apelo a população a não dar esmola, seja comida ou dinheiro. Segundo o Secretário de segurança de Cascavel, Coronel Lee, "esmola sustenta o tráfico. Tudo isso vai virar pedra de crack". 

De acordo com o secretário, uma pessoa em situação de rua pode chegar a reunir até R$ 8 mil por mês apenas com as esmolas recebidas. Em entrevista à Catve, ele reiterou "enquanto houver esmola, essa realidade não vai mudar".

Mas, a partir do momento que se nega algo a essas pessoas são os cidadãos que se põem em risco. Não dar esmola pode ajudar a diminuir essa população, mas não é a solução efetiva para este caso. Veja alguns dos comentários em uma publicação do Portal Catve sobre moradores de rua: 



Reunião com G8 

Outra medida adotada pelo município foi reunir o grupo do G8, o grupo das principais entidades patronais de Cascavel, com forças de segurança para pedir providências e ações eficazes com relação aos moradores em situação de rua e usuários de drogas em Cascavel.

Em uma semana de operação, entre 6 e 12 de março, 13 pessoas em situação de rua foram internadas em clínicas. 

Outra discussão, foi a implantação de cercamento digital, com instalação de câmeras de monitoramento na cidade. Uma forma de coibir a criminalidade, como o tráfico de drogas por exemplo.

Durante as operações realizadas pelo município, as pessoas abordadas que forem de outras cidades e recusarem ajuda são convidados a retornar à cidade de origem. O município paga passagem. Só nos três meses deste ano, a prefeitura, através da assistência social, já gastou cerca R$ 40 mil reais para mandar pessoas de volta para suas cidades, de acordo com o vice-prefeito, Henrique Mecabô. 

ACIONE A ABORDAGEM SOCIAL

O pedido é que a sociedade faça o acionando o serviço da Abordagem Social, que atende em regime de plantão das 7h às 0h, pelo telefone (45) 98431-6376.

O município oferece de forma humanizada acolhimento no Albergue Noturno, na Casa Pop e/ou no Centro Pop.

No entanto não é tão simples assim. A maioria que vive na rua se recusa aceitar o atendimento. Isso porque nos locais de acolhimento é proibido uso de drogas e bebida alcoólica, o que acaba fazendo com que uma significante parcela recuse o serviço.

Mas fica o questionamento: será que não falta um posicionamento mais brando quando se trata de moradores em situação de rua? Como diz a prefeita de BC "ou aceita ajuda ou vai embora, porque aqui na rua de Balneário não vai ficar"

Maria Vitória sob supervisão de Alexandra de Oliveira | Catve.com

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