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Polícia abre inquérito contra mais uma clínica de Curitiba por uso de fenol

A vítima de 64 anos foi internada com queimaduras no rosto de até terceiro grau


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Foto: Reprodução/Polícia Civil

Uma esteticista é investigada por lesão corporal, exercício ilegal da medicina e uso de produto falsificado destinado a fins terapêuticos ou medicinais após aplicar o peeling de fenol em paciente de 64 anos, em Curitiba, no Paraná, em 25 de maio.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, a vítima submeteu-se ao procedimento e, após 11 dias, sentiu dores intensas e foi hospitalizada. "Ela chegou a falar que era formada em biomedicina mas não é verídico". 

A delegada responsável pelo caso, Aline Manzatto, conta que, por consequências do peeling, a vítima sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau e passou por cirurgia para tratar a derme facial.

"Apuramos também que por diversas ocasiões após o procedimento, a vítima e os familiares questionaram a profissional sobre a necessidade de assistência médica, a qual teria afirmado que as dores eram normais e apenas recomendou a aplicação de uma pomada no rosto", afirma a delegada.

'Peeling de fenol'

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a aplicação do 'peeling de fenol' deve ser feita apenas por médicos, preferencialmente com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica.

O comunicado foi divulgado após um empresário morrer após a aplicação do químico em uma clínica em São Paulo (SP). O 'peeling de fenol' foi aplicado por Natalia Fabiana de Freitas Antônio, profissional sem qualificação em medicina.

No texto, o CFM reitera ainda que, mesmo realizado por médicos, todo procedimento estético invasivo deve ocorrer em ambiente preparado com obediência às normas sanitárias e estrutura para imediata intervenção de suporte à vida, em caso de intercorrências.

No Brasil, 10 mil procedimentos ilegais foram feitos entre 2012 e 2023

Levantamento realizado pelo CFM mostra que no período de 2012 a 2023 foram registrados no Brasil cerca de 10 mil boletins de ocorrência e processos judiciais cuja motivação foi o crime de exercício ilegal da medicina. O estudo levou em conta números oficiais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e das Polícias Civis de 22 estados.

"Muitos desses casos implicaram em prejuízos financeiros, danos morais, sequelas (de diferentes níveis) e até mortes de pacientes atendidos por profissionais sem formação médica", constata a federação.

O crime de exercício ilegal da medicina envolve, entre outras práticas, a realização de procedimentos invasivos (diagnósticos, terapêuticos ou estéticos) caracterizados por inserções ou aplicações de substâncias que transpassam as camadas superficiais da pele, exigindo dos seus executores adequada capacitação técnica oferecida apenas aos graduados em medicina, o que reduz significativamente as chances de exposição dos pacientes a efeitos deletérios.

Redação Catve.com

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