Um dia antes de oficializar a denúncia sobre a situação do sistema penitenciário do Estado para a Organização dos Estados Americanos (OEA), agentes penitenciários realizaram um protesto em frente à Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG), nos Campos Gerais. A mobilização ocorreu em virtude da transferência de presos para a unidade.
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen), a medida vai prejudicar as atividades do presídio. "Esta era a única unidade do Estado que não estava com superlotação, e agora é mais uma com excesso de presos. Estamos protestando porque não queremos viver a mesma situação que presenciamos com a rebelião em Cascavel", alertou o presidente do Sindarspen, Antony Johnson. A mobilização começou durante a manhã de ontem e durou até o início da tarde.
A lotação máxima da PEPG é de 432 presos, porém, atualmente, o local abriga 435 detentos. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), 50 presos da unidade vão para o regime semiaberto, abrindo novas vagas, entretanto, 118 apenados vão chegar à penitenciária. Na terça-feira, 20 detentos já tinham sido transferidos.
"Realmente estamos preocupados porque o número de agentes na unidade não irá aumentar, ao contrário da quantidade de presos. Com isso alguns trabalhos ficarão comprometidos, pois a rotina terá que ser alterada para garantir a segurança", reforçou a vice-presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski.
Consultada, a Seju informou que não comentaria o protesto dos agentes. Além disso, sobre a determinação da transferência, o órgão afirmou que quem pode falar sobre o assunto é a Vara de Execuções Penais (VEP) de Ponta Grossa. Conforme a Seju, a transferência atende um pedido da VEP e é uma medida de emergência. A reportagem não conseguiu contato com a VEP de Ponta Grossa.
A denúncia dos agentes penitenciários será oficializada hoje, às 14 horas, durante reunião na sede do Sindarspen, em Londrina, para depois ser encaminhada à OEA.
Folha Web
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