Imagem SESP-PR
Dois dias após a explosão na fábrica Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, as forças de segurança e salvamento do Paraná seguem trabalhando para identificar os trabalhadores e trabalhadoras vítimas do acidente. Estão atuando no local equipes especializadas do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Polícia Científica e Polícia Civil para a varredura completa da área, que foi dividida em nove quadrantes. O trabalho envolve ainda apoio de equipes da Enaex e empresas voluntárias, somando mais de 50 profissionais envolvidos.
Com base em protocolo de Identificação de Vítimas de Desastre (DVI), da Interpol, a Polícia Científica avança todo dia nos trabalhos de coleta dos vestígios - até o momento foram cerca de 400. O objetivo é garantir a identificação precisa, segura e respeitosa das vítimas para respostas eficazes e humanizadas às famílias. A Polícia Civil investiga o caso, coletando informações necessárias para esclarecer a dinâmica do acidente.
A Secretaria da Segurança Pública do Paraná solicitou apoio técnico de outros governos estaduais e da Polícia Federal para auxiliar na identificação das vítimas da explosão, o que tornará o processo ainda mais ágil. O protocolo é parte do DVI e é utilizado no Brasil através da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que une todos os estados. Esse trabalho já foi feito nas tragédias de Brumadinho, chuvas do Rio Grande do Sul e no acidente aéreo de Vinhedo.
A investigação da explosão em Quatro Barras é altamente complexa pela quantidade de vestígios encontrados no local.
"É um trabalho muito difícil pela quantidade de vestígios que estamos encontrando. Com essa solicitação aos outros estados vamos garantir agilidade no processamento das informações para as famílias. O Paraná sempre ajuda outros estados em casos de desastre e dessa vez garantimos a colaboração para agilizar o processo", afirma Luiz Rodrigo Grochocki, diretor-geral da Polícia Científica do Paraná.
Além da definição em quadrantes as buscas estão sendo ampliadas à medida que são verificadas as condições de cada local da explosão. Edificações próximas ao perímetro também estão sendo vasculhadas em busca de elementos que levem à elucidação dos motivos do acidente.
Segundo a capitã Luisiana Cavalca, porta-voz do CBMPR, uma cratera com mais de três metros de profundidade foi aberta no epicentro da explosão.
"Além das buscas na mata, estamos buscando nos escombros de uma edificação próxima ao ponto da explosão", explicou. "Foi feito um plano de ação com ampliação da área de procura de vestígios. Houve muita movimentação de terra que pode conter vestígios que a Polícia Científica precisa coletar. As buscas continuarão conforme forem encontrados vestígios nos locais e vão continuar até a conclusão do processo".
Além disso, toda a ação conta com apoio da Polícia Civil do Paraná, que segue investigando o caso, ouvindo testemunhas, analisando vídeos e coletando outras informações, e Polícia Militar. O Batalhão de Operações Especiais (BOPE), com o Esquadrão Antibombas, foi responsável pelos primeiros trabalhos na manhã de terça-feira (12) para ajudar a liberar o espaço com segurança para as equipes da Polícia Científica e Bombeiros.
"A Secretaria da Segurança do Paraná continua os trabalhos de identificação dos nove trabalhadores. Queremos avançar com agilidade. Operações em desastres são muito cautelosas e demandam grande esforço por parte de todos os envolvidos. As forças de segurança estão dedicadas nesse trabalho. É um acidente que está gerando uma onda de solidariedade grande e que é motivo de muito luto, mas seguimos firmes com todo o suporte necessário", complementou o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira.
Evelyn Antonio | Catve.com
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