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Real completa 31 anos: a moeda que domou a hiperinflação, mas ainda enfrenta desafios econômicos

Apesar dos avanços, o país ainda busca um crescimento sustentável e equilibrado


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1º de julho de 2025 — Hoje, o real completa 31 anos desde sua criação em 1994. A moeda nasceu no governo do presidente Itamar Franco como parte de uma ousada estratégia para conter uma das maiores crises inflacionárias do mundo.

Naquele início de década de 1990, o Brasil enfrentava hiperinflação que chegava a impressionantes 3.000% ao ano. Era o tempo das "maquininhas" de remarcar preços, quando produtos mudavam de valor diariamente — ou até mais de uma vez ao dia.

Após as tentativas fracassadas dos planos Cruzado, Bresser e Verão nos governos Sarney e Collor, a missão de estabilizar a economia caiu nas mãos de Itamar Franco. Ao assumir após o impeachment de Collor, Itamar convidou Fernando Henrique Cardoso para ser ministro da Fazenda.

Sob liderança de FHC e coordenação de Pedro Malan no Banco Central, um grupo de economistas elaborou o chamado Plano Real, divulgado no fim de 1993. A ideia central foi criar uma moeda virtual de transição: a URV (Unidade Real de Valor), introduzida em fevereiro de 1994. Enquanto o cruzeiro real ainda sofria com desvalorização diária, a URV serviu como uma âncora psicológica para estabilizar preços.

Em 1º de julho de 1994, a URV virou definitivamente o real, que nasceu sem carregar a herança da hiperinflação. O valor inicial foi equiparado ao dólar: 1 real = 1 dólar.

A moeda trouxe efeitos imediatos: a inflação despencou, atingindo níveis de país desenvolvido, como 1,5% ao ano em 1998. No entanto, para manter a estabilidade, o Banco Central manteve os juros altos, o que inibiu o consumo e dificultou o crescimento sustentável.

Mesmo com baixa inflação, a economia brasileira passou a enfrentar outros desafios: alta taxa de juros, dependência de exportações e crises externas. Entre 1997 e 1998, as crises na Ásia e na Rússia afetaram diretamente o Brasil. Em 1999, o governo precisou desvalorizar o real, que chegou a ser negociado acima de R$ 2 por dólar, inaugurando a era do câmbio flutuante e o regime de metas para a inflação.

Hoje, 31 anos depois, o real é uma das moedas mais antigas em circulação contínua da história recente do Brasil, superando todos os planos econômicos anteriores. Apesar dos avanços, o país ainda busca um crescimento sustentável e equilibrado.

O aniversário do real simboliza não apenas uma vitória sobre a hiperinflação, mas também lembra os desafios persistentes de manter a economia saudável e estável para todos os brasileiros.

Antonio Mendonça/ Catve.com/ Agência Câmara

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