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Nesta terça-feira (1º), completa-se 21 anos da morte de Marlon Brando, considerado por muitos o maior ator da história do cinema. O artista faleceu em 1º de julho de 2004, aos 80 anos de idade, vítima de fibrose pulmonar, em Los Angeles (EUA). Em 2025, sua ausência ainda é sentida por fãs, críticos e cinéfilos ao redor do mundo, que reconhecem em Brando um divisor de águas na arte da atuação.
Solitário e extremamente reservado, Brando teve uma despedida discreta. Suas cinzas foram espalhadas em dois de seus lugares favoritos: as águas cristalinas do Taiti — onde possuía o atol de Tetiaroa — e as dunas do Death Valley, na Califórnia. Entre os poucos presentes no funeral, estavam amigos íntimos como Jack Nicholson, Warren Beatty e Sean Penn.
Um gênio à frente de seu tempo
Marlon Brando revolucionou a atuação ao adotar o "método", técnica de interpretação que mergulha o ator nas emoções reais do personagem. Deixando para trás os padrões teatrais, Brando trouxe verdade, raiva, dor e vulnerabilidade para o cinema. Não interpretava papéis: ele os vivia.
Sua formação no famoso Actors Studio, sob influência do método Stanislavski, o colocou no centro de uma nova geração de atores que incluía James Dean e Paul Newman — e inspirou ícones como Robert De Niro, Al Pacino e Sean Penn.
Vida pessoal marcada por tragédias
Apesar do reconhecimento mundial, Brando teve uma vida pessoal conturbada. Foram inúmeros relacionamentos e, ao menos, 16 filhos reconhecidos, frutos de casamentos e romances com diferentes mulheres. Um dos episódios mais traumáticos de sua vida foi o julgamento do filho Christian, preso por assassinar o namorado de sua meia-irmã Cheyenne, que mais tarde tirou a própria vida.
Esses dramas familiares e obrigações financeiras deixaram o ator em dificuldades, mas ele nunca abandonou as causas que acreditava. Em 1973, recusou o Oscar de Melhor Ator por O Poderoso Chefão, enviando no seu lugar a ativista indígena Sacheen Littlefeather, em protesto contra a forma como Hollywood retratava os povos nativos.
Relembre cinco grandes filmes de Marlon Brando
Veja os principais trabalhos que eternizaram Brando como um dos maiores nomes da história do cinema:
O Poderoso Chefão (1972) - Como Don Vito Corleone, Brando entregou uma atuação magistral que redefiniu o papel do anti-herói. Venceu o Oscar, que recusou.
Sindicato de Ladrões (1954) - Papel que lhe rendeu seu primeiro Oscar. Interpretou um ex-boxeador em busca de redenção.
Uma Rua Chamada Pecado (1951) - Sua atuação como Stanley Kowalski ainda é considerada um marco da dramaturgia moderna.
O Selvagem (1953) - Brando virou símbolo de rebeldia ao viver o líder de uma gangue de motociclistas.
O Último Tango em Paris (1972) - Polêmico e visceral, mostrou um Brando em estado bruto, provocando debates no mundo todo.
Refúgio no paraíso
Apaixonado pelo Taiti desde as filmagens de Mutiny on the Bounty (1962), Brando comprou o atol de Tetiaroa, onde passou grande parte da vida. Em sua homenagem, os familiares criaram o luxuoso The Brando Hotel, resort ecológico cujas diárias ultrapassam os US$ 2.400.
"Minha mente se tranquiliza quando me imagino ali de noite", dizia o ator.
Vinte e um anos após sua morte, Marlon Brando continua sendo sinônimo de intensidade, coragem artística e genialidade. Seu legado segue inspirando gerações, e sua presença ainda paira sobre o cinema como uma sombra viva e imortal.
Antonio Mendonça/ Catve.com
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