O novo Jardim Sensorial da Clínica Escola do Transtorno do Espectro Autista (CETEA), em Cascavel, está em fase final de implantação e deve ser concluído até o fim deste semestre. O espaço atenderá tanto as crianças que fazem parte da área educacional da instituição quanto os pacientes em atendimento clínico.
As obras começaram há cerca de um mês e seguem em ritmo intenso. O projeto, elaborado por um engenheiro voluntário, está sendo executado com o apoio do Departamento Penitenciário (Depen), de voluntários e parceiros locais.
A diretora da CETEA, Maricley Feo, explica que o jardim foi idealizado para desenvolver as habilidades sensoriais dos alunos com autismo:
"Nosso jardim vai trabalhar os cinco sentidos dos nossos alunos autistas. Terá texturas, sons, aromas e plantas, tudo pensado para que eles possam explorar, perceber e desenvolver sensações que contribuam com o processo de aprendizagem e desenvolvimento. "
A estrutura será utilizada por profissionais da educação e da saúde, de forma integrada. A proposta é que o espaço seja usado tanto em momentos planejados quanto em situações de necessidade, como nos casos em que as crianças precisem se autorregular.
"Vamos organizar um cronograma com a coordenadora da saúde para que os professores também façam uso do jardim de forma coordenada. Em momentos de necessidade, também será possível utilizar o espaço como apoio terapêutico", destaca Maricley.
Além de tornar o ambiente externo mais colorido e acolhedor, o jardim sensorial permitirá maior contato com a natureza, estímulo aos sentidos, experiências educativas e, acima de tudo, inclusão.
A diretora também revelou planos para expandir a iniciativa:
"Estamos com um projeto para ampliar o jardim e criar oficinas voltadas aos pais que aguardam seus filhos durante as terapias e consultas."
A CETEA foi inaugurada em 2020 e é a primeira instituição do Paraná a oferecer, em um mesmo local, atendimentos clínicos e pedagógicos voltados ao público com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A unidade é mantida pelo município de Cascavel e pelo SISOP.
Hoje, a escola atende 85 alunos na área educacional e realiza cerca de 675 atendimentos clínicos. No entanto, mais de 1.500 pessoas ainda aguardam na fila por uma vaga.
Cascavel também foi pioneira na implantação de jardins sensoriais em instituições públicas. O primeiro deles foi construído no Colégio Itajiba Fortunato, inaugurado no ano passado, com atendimento a 80 alunos com TEA. O projeto custou mais de R$ 6 mil e foi viabilizado pela Fundação Rotariana, em parceria com empresas da cidade.
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Reportagem de Patrícia Cabral | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA
