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Dia D: a ofensiva que mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial

Dia D é lembrado como um símbolo da resistência contra a tirania e da capacidade de cooperação entre nações


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Foto de ALBUM, Universal Images Group, Universal History Archive, UIG

No dia 6 de junho de 1944, o mundo assistiu a um dos momentos mais decisivos da Segunda Guerra Mundial: o chamado Dia D. Foi o início da maior operação de invasão marítima da história — a Operação Overlord — com mais de 150 mil soldados aliados desembarcando nas praias da Normandia, na França ocupada pelos nazistas. Embora não tenha representado o fim imediato da guerra, o Dia D marcou o começo do colapso do regime de Adolf Hitler e reacendeu a esperança global na vitória dos Aliados.

A operação envolveu tropas dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e outras nações signatárias da Declaração das Nações Unidas de 1942. Sob o comando do general norte-americano Dwight Eisenhower, a missão teve início após meses de planejamento e atrasos causados pelas condições climáticas. O sucesso dependia da travessia segura pelo Canal da Mancha e do fator surpresa, alcançado com a escolha estratégica das praias da Normandia — codinomes Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword — e ações simultâneas por terra, mar e ar.

A Alemanha nazista, antecipando uma ofensiva, construiu uma poderosa linha de defesa chamada Muralha do Atlântico. Mesmo assim, a força e a precisão do ataque aliado superaram as defesas. Ainda assim, os combates foram sangrentos: estima-se que mais de 10 mil homens tenham morrido no primeiro dia da operação.

Para o jornalista e doutor em História Social Marcos Guterman, o Dia D foi fundamental, mas não único, para o fim do conflito. "A essa altura, os profundos revezes alemães na União Soviética já faziam o regime de Hitler balançar. O Dia D, malgrado todos os seus méritos, apenas ajudou a acelerar a derrota nazista", afirma. A Alemanha já estava fragilizada pela deposição de Mussolini, pelo avanço soviético no Leste Europeu e pela perda de posições estratégicas no Norte da África.

A invasão da Normandia abriu um novo front de batalha, obrigando a Alemanha a dividir suas forças, o que facilitou o avanço dos Aliados por toda a França nos meses seguintes. A libertação de Paris viria em agosto daquele ano, e a rendição da Alemanha nazista ocorreria menos de um ano depois, em maio de 1945.

Além do impacto militar, o Dia D também teve desdobramentos políticos e culturais duradouros. Eisenhower, por exemplo, se tornaria presidente dos Estados Unidos anos depois, e a expressão "Dia D" passou a simbolizar dias decisivos em qualquer contexto. O evento também reacendeu as tensões entre Estados Unidos e União Soviética, sinalizando os primeiros indícios da Guerra Fria.

Hoje, o Dia D é lembrado como um símbolo da resistência contra a tirania e da capacidade de cooperação entre nações em momentos extremos. Um marco histórico que transformou o curso da guerra — e da humanidade.

Antonio Mendonça/ Catve.com

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