Calçadas do bairro Lago Azul estão sendo instaladas

Segundo a Secretaria de Obras, 40% do cronograma das obras no bairro Lago Azul, em Cascavel, foi concluído. A pavimentação da rua Lagoa Rodrigo de Freitas já foi finalizada e, agora, mais uma etapa importante está em andamento: a construção das calçadas.

A estrutura começa na esquina da rua Lagoa Rodrigo de Freitas com a rua Eugênio Kluska. O trabalho é complexo: o paver é colocado um a um e, aos poucos, a calçada vai tomando forma. A estrutura segue nos dois lados da via e, dependendo das condições climáticas, cerca de 100 metros são finalizados por dia.

Na rua Lagoa da Pinguela, uma cena quase rara: máquinas trabalhando. Os emissários já foram instalados e a próxima etapa será a aplicação do asfalto.

A Secretaria de Obras informou que, no momento, há uma extensão de prazo, já que a previsão inicial de conclusão era para março e foi prorrogada para junho. No entanto, segundo o município, não haverá acréscimo de custos por isso.

A empresa responsável já foi notificada para cumprir o cronograma.

O projeto de pavimentação começou a ser executado em março de 2021. Ao longo dos últimos quatro anos, a obra enfrentou problemas com contratos, prazos descumpridos, novas licitações e aditivos de valores. Inicialmente orçada em R$ 4,6 milhões, a obra agora custa R$ 5,2 milhões.

Confira mais detalhes no vídeo acima.

Conheça a história do bairro

São quatro décadas de história no bairro Lago Azul, em Cascavel. Muitas pessoas nasceram, cresceram e ainda vivem nas ruas de terra que marcam o perímetro urbano da quinta maior cidade do Paraná.

Como seu Avelino Belusso, que veio de Pato Branco e fixou residência no bairro em fevereiro de 1989, onde permanece até hoje. Já Georgina Pereira, vinda de Braganey, chegou recém-casada e lembra que a casa onde mora era bem diferente, com pouco verde no terreno de 3 mil metros quadrados. Ela se envolveu nas lutas da comunidade e conta que a linha de transporte coletivo só chegou nos anos 1990.

No início, o bairro girava em torno do Clube de Campo Lago Azul, um empreendimento de um grupo empresarial local que já atuava no ramo imobiliário e de construção civil.

Conforme a lei federal, chácaras de recreio são propriedades destinadas à moradia e lazer, com baixa densidade populacional. Em Cascavel, existia uma lei que exigia algumas benfeitorias para novos núcleos urbanos, mas bem diferente do que vemos hoje.

Na década de 1980, luz elétrica em áreas rurais era um luxo, enquanto a água era abundante, já que a região era vista como área de visita apenas nos fins de semana. Por isso, moradores ainda reclamam das quedas constantes de energia elétrica, pois naquela época poucos objetos eletrônicos estavam presentes nas residências.

A água encanada chegou ao bairro apenas quando ele foi reconhecido como área urbana de Cascavel, por uma lei aprovada pela Câmara de Vereadores em 2018. Antes disso, o Lago Azul era um condomínio de chácaras e o IPTU já era cobrado, pois a área era considerada urbana, mas ligada ao distrito de Espigão Azul, como ainda ocorre com outras comunidades rurais do município.

Na casa da Georgina, a água vinha do poço para consumo e limpeza até sete anos atrás, quando a rede da Sanepar foi instalada. O esgoto ainda depende de fossas sépticas, presentes em cada um dos 329 terrenos da região.

A família ainda não decidiu o que fará com o terreno de mais de 50 mil metros quadrados. O loteamento é complicado devido às nascentes, à água e a questões ambientais.

Hoje, o Clube de Campo Lago Azul dificilmente recebe a multidão dos verões passados. Quando o clube era movimentado, o loteamento era restrito a poucas propriedades cercadas de mato. O bairro manteve suas características originais, mas as piscinas do clube, que já foram ponto de encontro, agora estão vazias e secas.

Reportagem por Patrícia Cabral | CATVE