A polêmica da semana veio direto das redes sociais e parou até no Instagram da Prefeitura de Curitiba, no Paraná. Em um post bem-humorado, o município precisou esclarecer que bancos preferenciais são para pessoas reais em situações específicas - e que os "bebês reborn", por mais fofos que sejam, não garantem lugar no assento amarelo.
O alerta veio depois que uma mulher tentou atendimento prioritário alegando que sua "criança" — na verdade, um boneco hiper-realista — estaria com febre.
"Entendemos o apego, mas os bancos preferenciais são para públicos prioritários", disse o post da prefeitura, listando: obesos, crianças de colo, gestantes, idosos, pessoas com deficiência e autistas.
E essa não foi a única situação curiosa envolvendo bonecas reborn nos últimos tempos. A advogada Suzana Ferreira viralizou nas redes ao relatar um caso inusitado: uma cliente procurou seu escritório para discutir a guarda de uma bebê reborn após o fim de um relacionamento.
"Não é meme", afirmou Suzana em vídeo. "Hoje atendi uma mãe de uma bebê reborn e decidi compartilhar essa história porque acredito que essas novas dinâmicas da sociedade impactam diretamente nossa profissão e vão gerar uma enxurrada de demandas no Judiciário. Precisamos nos antecipar e ajudar o sistema a lidar com essas questões."
Segundo a advogada, a cliente argumentou que não poderia simplesmente substituir a boneca por outra, devido ao apego emocional. "Ela queria dividir os custos porque a bebê reborn foi cara e teve até enxoval. Não se trata só do direito de convivência, mas também de dividir as responsabilidades financeiras que já existiram", contou.
O tema, que mistura afeto, saúde mental e direitos civis, já mobiliza projetos de lei em alguns estados. E segue gerando calorosos debates: até onde vai o vínculo emocional e onde começa o bom senso?
Reportagem Alexandra Oliveira / CATVE.com
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