Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá
Autoridades ambientais trabalham para identificar a causa da morte de mais de 100 botos em um lago considerado 'superaquecido' na Amazônia.
De acordo com o Instituto Mamirauá, equipes trabalham para determinar a causa da mortandade, que pode estar associada a um período de seca e altas temperaturas no Lago Tefé, no Estado do Amazonas.
Dentre as espécies afetadas estão os botos-cor-de-rosa, animais símbolo da região amazonense, e os tucuxis, outra espécie de golfinho de água doce. As mortes foram contabilizadas entre os dias 23 e 29 de setembro.
O evento é considerado uma 'emergência ambiental' pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que trabalha junto ao Mamirauá e as autoridades ambientais para salvar os botos sobreviventes.
Em comunicado, o Instituto Mamirauá afirma que conta com equipes para realizar o monitoramento dos animais vivos, busca e recolhimento de carcaças, coleta de amostras da água para análise de doenças, além do monitoramento do próprio lago que, em meio à onda de calor, atingiu temperaturas de 39ºC em uma profundidade de três metros. A média histórica é de 32ºC.
Seca no Amazonas
O fenômeno climático El Niño tem favorecido a seca em 38 rios na Amazônia e outros quatro no Pantanal, que devem permanecer com vazões abaixo da média histórica até pelo menos dezembro. As informações são do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), com base em medições da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
Entre os rios afetados, destacam-se os dois maiores formadores do Rio Amazonas, o Negro e o Solimões, bem como o Tapajós, Madeira, Juruá, Tocantins, Xingu e Purus, todos na região amazônica.
A seca se estenderá até dezembro, com impactos severos, principalmente no estado do Amazonas, que deve enfrentar uma estiagem extrema.
No Pantanal, além do próprio Rio Paraguai, cujo pulso de inundação é essencial para o bioma, os rios Cuiabá, São Lourenço e Aquidauana também estão em níveis críticos. O Rio Araguaia, que atravessa as regiões do Cerrado e da Amazônia, enfrenta uma situação igualmente preocupante.
Redação Terra
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