Câmara de Cascavel realiza sessão com muita falação e pouca ação - por Luiz Nardelli

Está cada vez mais difícil acompanhar as sessões da Câmara Municipal de Cascavel. Quando o tema em pauta não é de interesse direto da população — daqueles que rendem votos — o plenário costuma descarrilar para o "quem fala mais, aparece mais". O resultado são discursos que saem do nada e não chegam a lugar algum.

Nesta segunda-feira (23), entre projetos e moções, voltou à discussão a obra da ponte no bairro 14 de Novembro, que deve facilitar o deslocamento de moradores da região sul. Mesmo com o vereador Sadi Kisiel — morador da região — explicando pontos técnicos do projeto, o que se viu foi a atuação de vários "vereadores carona", que usaram a palavra apenas para enaltecer a obra e tentar garantir a fatia de visibilidade.

Um dos que mais falou foi o vereador Cidão da Telepar. Além de ocupar os 5 minutos de fala a que tem direito, ainda pediu mais três apartes de colegas. Resultado: ninguém aguenta mais tanta repetição sobre o mesmo tema — reclamação frequente até mesmo no plenário.

Cidão x Alécio

O clima esquentou entre os vereadores Cidão e Alécio, que trocaram farpas em uma discussão pessoal. O projeto ficou em segundo plano, enquanto os dois protagonizavam um bate-boca ideológico entre direita e esquerda.

Interferência

Diante do embate, o presidente da Câmara teve que intervir para conter os ânimos. Mostrou pulso firme diante da guerra de egos, num momento em que cresce o uso da tribuna apenas para gravações destinadas às redes sociais dos parlamentares. Nada contra — mas com uma pauta fraca como a de hoje, uma sessão que dura cerca de 3h30 é de "torrar a paciência" de quem assiste ou trabalha ali.