Na sessão desta terça-feira (26), os vereadores de Cascavel aprovaram, por unanimidade, o projeto que fixa os subsídios para a legislatura de 2025 a 2028. Os valores permanecerão os mesmos: R$ 15.582,88 para os parlamentares e R$ 17.967,95 para o presidente da Câmara, com reajustes anuais baseados na inflação. Apesar do consenso na votação, o plenário foi palco de intensos debates sobre salários, número de cadeiras, reclamações e influência de entidades externas nas decisões do Legislativo.
Críticas sobre os salários dos parlamentares
Durante a sessão, o vereador Josias de Souza (MDB) criticou a postura da Câmara em relação ao cumprimento da lei que vincula os subsídios dos vereadores a 60% dos salários de deputados estaduais.
"Acho que nós estamos fazendo tudo errado em Cascavel. Não tem que cumprir a lei? Como que diz a lei? O salário do vereador é 60% do deputado. Por que que não paga? Por que que não paga? Porque não tem peito para votar aqui. Já tiveram várias oportunidades de votar, fica na gaveta e ninguém tem coragem. Essa é a verdade. Cascavel já é para ter 23 vereadores, já faz 10 anos. Se eu voltar a ser vereador de novo aqui, eu vou propor esses projetos e quero ver quem é macho, quem não é, para aprovar isso aí", disparou Josias.
Influência externa no Legislativo
Outro ponto levantado na sessão foi a pressão de empresários e entidades sobre as decisões dos vereadores.
"Toda vez que você falar em aumentar o salário do vereador, vai ter gente para dar pitaco. Tem gente que acha que o vereador não faz porcaria nenhuma. Enquanto a Câmara de Vereadores for dominada pelos grandes empresários e entidades da cidade de Cascavel, os vereadores são obrigados a dar um passo para trás, como fizemos na última lei", afirmou Valdecir Alcântara (PP)
Já o vereador Policial Madril (PP) apontou a inconsistência dos parlamentares em relação às votações, destacando como fatores externos influenciam os votos.
"Sempre na hora de votar, na primeira votação, o cara vota. No outro dia, alguém assopra pro cara, daí o cara fala com o padre, pediu pra votar pra trás, o outro falou que não sei quem, e a gente sabe que o padre só fala com o Tiago, não fala com todos os vereadores aí não. Mas na hora de votar contra e votar para trás no projeto, um monte de gente alegou isso aí", alfinetou Madril.
Discussão sobre o número de cadeiras na Câmara
O tema quantidade de vereadores na próxima legislatura, que esteve em debate ano passado, foi ressuscitado.
Atualmente, a Câmara tem 21 cadeiras, mas projetos para reduzir esse número para 17 ou ampliá-lo para 23 foram discutidos.
O presidente da Câmara, Alécio Espínola (PL), refrescou a memória dos demais pares, sobre o que ocorreu na época.
"A matéria estava liquidada. Ocorre que o Policial Madril botou um projeto para baixar para 17, e aí os colegas fizeram um consenso. Vamos deixar do jeito que está, que é 21. E a ordem cronológica? Para não baixar para os 17, por isso ficou nos 21. As entidades de classe foram falar com o prefeito e ele falou que é uma prerrogativa dos vereadores, eu não vou vetar. Mas daí, 17, embaixo do braço, deu problema. Sigamos então, pessoal", disse Alécio.
Subsídios e perspectiva futura
Sobre os salários, Alécio defendeu os valores atuais como adequados para os parlamentares.
"Dentro da minha gestão, nós optamos por não fazer desta maneira. É um salário razoável, dá para os vereadores cumprirem com as suas funções e com isso que aí nós geramos um pouco mais de economia", afirmou.
No entanto, o presidente prevê que o aumento no número de vereadores será inevitável na próxima legislatura, considerando o crescimento populacional de Cascavel.
"Mas eu creio que na próxima legislatura os vereadores estarão votando 23 vereadores porque Cascavel, logo chegará a 400 mil habitantes e a partir dos 200 mil eleitores Cascavel já poderia ter 23 vereadores. Então eu creio que na próxima legislatura aumentará isso", concluiu.
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