Os auditores fiscais da Receita Federal em Foz do Iguaçu paralisaram as atividades nesta quarta-feira (13). Todos os serviços na fronteira estão prejudicados, e a paralisação deve durar dois dias. Desta vez, a paralisação atinge todos os setores. Na delegacia da Receita Federal, todos os serviços estão suspensos.
O trabalho também parou na estação aduaneira, onde é feito a liberação de cargas de importação e exportação. Só mesmo as cargas vivas e alimentos perecÃveis são liberados.
Aqui na estação aduaneira são desembaraçados cerca de 500 caminhões por dia, carregados com todos os tipos de produtos. Os caminhoneiros estão entrando, mas não sabem quando vão sair. A paralisação de dois dias é um protesto ao corte de R$ 443 milhões no orçamento da Receita, que reflete diretamente nas ações diárias e também nas operações especiais de combate de corrupção, como a Lava-jato, Zelotes e Acrônimo.
"Aqui no caso da fronteira, nós trabalhamos sempre com pessoal de reforço, que vem de outras unidades. Esse pessoal também trabalha com diários e ajuda de deslocamento, e isso será cortado e reduzido. A fiscalização na zona primária da Ponte da Amizade ficará ainda mais comprometida do que já está", diz o auditor fiscal Flávio Carvalho.
Além do corte orçamentário, os auditores-fiscais protestam contra a falta de regulamentação do porte de armas, contra o não pagamento da indenização de fronteira e a demora na aprovação de uma lei orgânica do fisco, dando mais autonomia e independência à Receita Federal do Brasil.
?Nós sabemos da necessidade do Governo Federal de cortar gastos, mas a gente entende que a Receita Federal, assim como a PolÃcia Federal são órgãos essenciais de estado. Estão no meio de operações importantÃssimas, de repercussão nacional, e a gente se pergunta por que esse corte forte, violento sobre esses órgãos. A quem interessa interromper fiscalizações ou ações fiscais e investigações na Lava-jato e na Zelotes? Fica a pergunta agora?, finaliza Flávio.
Jornal da Catve 1ª edição