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Uma paciente de 59 anos, que estava internada há seis dias no São Lucas Hospital Center, em Cascavel, teve a morte encefálica confirmada nesta segunda-feira (17), após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico provocado por um aneurisma cerebral. Segundo a equipe médica, todos os protocolos clínicos e neurológicos exigidos pelo Ministério da Saúde foram rigorosamente cumpridos até a confirmação do óbito.
Com a autorização da família, a equipe de captação realizou a retirada de dois rins, fígado e globo ocular. Os órgãos foram encaminhados para a fila única nacional de transplantes, administrada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), e devem beneficiar pelo menos cinco pacientes que aguardam por um transplante.
A abordagem à família foi feita pela assistente social Gisele Dutra, que destacou a solidariedade dos familiares mesmo em meio ao luto. "A família foi bastante receptiva, até por conta do histórico de vida dessa paciente, que sempre foi muito engajada em causas sociais e em ajudar o próximo. Eles disseram que a doação era algo que ela com certeza gostaria e aceitaria fazer", afirmou.
Somente neste ano, o Hospital São Lucas já abriu cinco protocolos de possível doação de órgãos. Em três casos, incluindo o mais recente, as doações foram efetivadas, o que representa uma contribuição importante para reduzir a fila de espera por transplantes no país.
Importância da conversa em vida
A equipe destaca que falar sobre doação de órgãos em família pode fazer toda a diferença no momento da decisão. Segundo a legislação brasileira, a autorização para a doação de órgãos só pode ser dada pelos familiares diretos, por isso é fundamental que as pessoas manifestem em vida o desejo de serem doadoras.
"É um assunto que precisa ser conversado. Se a família já souber que aquela pessoa tinha o desejo de doar, isso tira um grande peso emocional na hora da decisão", reforçou a assistente social.
De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente mais de 60 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil, sendo a maioria na fila por um rim. Cada doação pode salvar e transformar várias vidas.
Reportagem de Déborah Evangelista | JC
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