‘Missão especial’, diz cirurgiã que levou coração de bebê de Cascavel a Brasília para transplante

A captação do coração de Melanny Kyrás Silva do Nascimento foi feita no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) na manhã deste domingo (16). Melanny estava internada há seis dias com pneumonia grave e sofreu morte encefálica no dia do aniversário de um ano.

O procedimento médico contou com a mobilização de equipes médicas e um jato vindo de Brasília (DF), responsável pelo transporte do órgão para o receptor.

A médica cirurgiã cardíaca Ana Thalita Miranda, do Distrito Federal, publicou uma imagem em rede social para destacar a importância do momento. "Por vezes, abrimos mão da família, da cama quentinha para cumprir uma missão… E essa é especial!", afirmou.

(A médica cirurgiã cardíaca Ana Thalita Miranda segundos antes de embarcar para Cascavel (PR) - Foto: Reprodução | Instagram).

A captação teve início às 7h. O anestesista Fernando Chagas também integrou a equipe responsável pelo processo.

A mãe da criança, Ariane Silva do Nascimento, disse que ela e o marido, David do Nascimento, sensibilizados, chegaram à conclusão de que permitiriam a doação após refletirem sobre a situação frágil da outra família.

Ariane era doadora de leite materno. Agora, por meio da doação do coração, acredita que a filha continuará viva de alguma forma.

A mãe recebeu com conforto a notícia de que o receptor será um menino de um ano. "O coração foi aceito por uma equipe de Brasília, o pâncreas não foi ofertado porque a criança doadora tem menos de 30kg, já os rins e pulmões foram descartados e o fígado não teve receptor compatível", disse a coordenadora do CIHDOTT, Gelena Castillo.

O procedimento é aguardado pelos pais da outra criança. Em uma foto, uma familiar segura um terço enquanto a criança internada está deitada na cama do hospital.

Agravamento do quadro de saúde

A filha de Ariane teve gripe e, alguns dias depois, começou desenvolveu a febre. Devido à piora do quadro de saúde, os pais levaram a filha à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por quatro vezes.

Em 5 de março, um exame de Raio-X identificou as secreções nos pulmões da criança. Na semana seguinte, em 11 de março, a paciente foi levada em estado crítico a uma UPA de Toledo (PR).

Por já estar sem os sinais vitais segundo a mãe, a bebê foi encaminhada ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), em Cascavel, onde recebeu o diagnóstico de morte encefálica.

Reportagem de Samuel Rocha | Portal Catve.com