A Caixa notificou o clube extrajudicialmente o Corinthians nesta quinta-feira, informando que executará na Justiça a dívida total do financiamento da arena em Itaquera.
Atualmente essa dívida gira em torno de R$ 450 milhões.
O Corinthians emitiu comunicado logo em seguida para informar que procurará meios legais para se defender.
A Caixa emprestou inicialmente R$ 400 milhões ao Corinthians para a construção do estádio.
Desde o início do financiamento, em 2014, o clube pagou cerca de R$ 160 milhões. Mas como corre juros mensais, a dívida atual está na casa dos R$ 450 milhões.
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que enquanto finalizava negociações com a Caixa para um reperfilhamento do financiamento da Arena - processo iniciado nos primeiros dias da atual gestão -, foi surpreendido por uma notificação extrajudicial alegando que diversos procedimentos prescritos pelo atual contrato não estariam sendo cumpridos", informou a nota.
Ninguém questiona as parcelas pagas pela atual gestão. Elas estão em dia há mais de um ano.
"O clube continua aberto a voltar à mesa de negociação, se a Caixa optar por prosseguir a trajetória amigável que juntos vínhamos construindo até aqui", encerrou a nota corintiana.
O embroglio acontece no momento em que o Corinthians encaminhava acerto também com a Odebrecht.
Além dos 400 milhões de dívida com a Caixa, o clube havia se comprometido a pagar R$ 420 milhões para a construtora. Esse valor viria por meio dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento), da Prefeitura de São Paulo. Por causa os juros, a Odebrecht cobrava R$ 800 milhões.
O Corinthians informou em agosto que pagaria no máximo R$ 160 milhões além dos R$ 420 milhões via CID.
Confira a nota do Corinthians
O Sport Club Corinthians Paulista informa que enquanto finalizava negociações com a Caixa para um reperfilhamento do financiamento da Arena - processo iniciado nos primeiros dias da atual gestão ? foi surpreendido por uma notificação extrajudicial alegando que diversos procedimentos prescritos pelo atual contrato não estariam sendo cumpridos.
Esta mudança de atitude não encontra respaldo na realidade dos fatos. Um acordo preliminar de adequação do contrato ao fluxo de caixa efetivo da Arena havia sido negociado há quase um ano, mas ficou suspenso pela perspectiva da iminente troca de comando da Instituição, à espera da orientação da nova gestão. Desde então, os compromissos vinham sendo honrados, como se os termos do acordo preliminar estivessem vigendo.
Além dos ajustes financeiros, a Caixa requeria a implantação de procedimentos administrativos com os quais o clube esteve sempre de acordo e cuja implementação dependia, como depende, de procedimentos dentro da Caixa até hoje não especificados definitivamente.
Assim, tanto no plano financeiro como no administrativo, o clube sempre se pautou por total transparência quanto à sua atuação operacional e subordinação inconteste a um processo de pagamentos compatível com a realidade financeira do mercado esportivo atual. Como não houve interrupção do diálogo e tudo caminhava para um acordo mutuamente vantajoso, não há como compreender o gesto intempestivo, que sequer foi previamente comunicado à agremiação.
Ao contrário de inúmeras outras arenas que receberam da mesma linha de financiamento, o clube nunca repudiou sua dívida nem deixou de dialogar com o repassador destes recursos, a CEF, quando dificuldades transitórias se interpunham. Se a CEF escolheu trocar a rota da negociação pela do confronto, não cabe ao clube outro recurso senão defender na Justiça seus direitos.
O clube continua aberto a voltar à mesa de negociação, se a Caixa optar por prosseguir a trajetória amigável que juntos vínhamos construindo até aqui.
Redação Catve.com com Terra