A Polícia Civil do Paraná prendeu duas pessoas durante uma operação para desarticular um esquema de roubo e revenda de medicamentos. A ação aconteceu na manhã desta segunda-feira (10) nas cidades de Londrina e Apucarana, no Norte do Paraná, e Florianópolis, em Santa Catarina. A Polícia Militar do Paraná (PMPR), o Conselho Regional de Farmácia e a Vigilância Sanitária estadual e municipal participaram das diligências.
Os agentes deram cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão e de bloqueio de 22 contas bancárias contendo, ao todo, R$ 9 milhões. Também foram feitas fiscalizações em estabelecimentos comerciais e três farmacêuticos tiveram o direito de exercício da profissão suspenso.
Entre os delitos investigados estão crimes contra a saúde pública (revenda ilegal de medicação controlada), roubos agravados pelo emprego de arma de fogo, receptação qualificada, associação criminosa e tráfico de drogas.
Nos endereços ligados aos investigados, os policiais apreenderam canetas emagrecedoras sem procedência, anabolizantes, remédios psicoativos sem nota fiscal e receitas médicas em branco e carimbadas. Duas pessoas foram autuadas em flagrante por crime contra a saúde pública e falsificação de documento particular.

As investigações tiveram início em junho de 2024, após o registro do primeiro de 26 roubos a farmácias na região leste de Londrina. O autor dos crimes exigia especificamente medicamentos para controle de obesidade, conhecidos como canetas emagrecedoras. Segundo relatos das vítimas, o indivíduo chegava a portar uma caixa térmica para poder conservar os medicamentos subtraídos.
"Como estes roubos registrados tiveram como objeto um item determinado, que eram as canetas emagrecedoras, a investigação focou em identificar quem receptava o produto. Descobrimos que as canetas eram vendidas por farmacêuticos da cidade em uma espécie de rede paralela", explica o delegado da PCPR Rafael Souza.
Outras medicações controladas, como ansiolíticos, antibióticos e anabolizantes, também eram revendidos pela rede por valores mais baixos do que os praticados no mercado. Os pagamentos eram feitos via Pix depositados em contas dos próprios farmacêuticos ou em máquinas de cartão ligadas a CNPJs que não tinham relação com a área da saúde. Para ocultar a origem ilícita dos produtos, os investigados elaboravam receitas médicas falsas.
A suspeita é que o esquema estivesse sendo praticado a pelo menos três anos. Além das canetas roubadas em Londrina, o grupo comercializava outros medicamentos oriundos de roubos em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A PCPR segue apurando o caso. Os presos foram encaminhados ao sistema penitenciário.

PCPR
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