Destruição em Rio Azul: 106 hectares de Mata Atlântica viram alvo de crime ambiental recorde no Paraná

Um homem de 31 anos foi preso nesta quarta-feira (6) em Rebouças, no Paraná, suspeito de promover um dos maiores crimes ambientais já registrados no Estado. Ele é acusado de destruir cerca de 106 hectares de Floresta Ombrófila Mista, área pertencente ao bioma Mata Atlântica, no interior de Rio Azul.

A prisão preventiva foi cumprida por equipes da Delegacia de Polícia Civil de Rebouças, com apoio do Batalhão de Polícia Militar Ambiental. O suspeito, havia fugido de uma operação realizada na véspera (5), mas se apresentou à delegacia acompanhado de um advogado.

De acordo com as investigações, o homem teria provocado a degradação da área com o uso de motosserras, produtos químicos e fogo. O dano atingiu nascentes, margens de córregos e áreas úmidas, afetando espécies nativas ameaçadas de extinção, como araucária, imbuia, cedro e xaxim, classificadas como "vulneráveis" e "em perigo".

Perícia realizada pela Polícia Científica do Paraná confirmou a gravidade da destruição. O laudo apontou que a degradação ocorreu de forma intencional e prolongada, com métodos que dificultam o monitoramento ambiental por imagens de satélite.

O investigado também responderá por falsificação de documento particular e fraude processual. Durante o inquérito, ele apresentou um contrato de arrendamento rural com indícios de falsidade, supostamente criado para transferir a culpa dos crimes a um trabalhador da propriedade.

Além das acusações criminais, foram aplicadas quatro multas que somam R$ 862 mil. Há ainda indícios de que o suspeito mantinha um trabalhador em condições degradantes, o que levou a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho a serem acionados.

Após os trâmites legais, o homem foi encaminhado ao sistema prisional e permanece à disposição da Justiça.

Bruna Guzzo | Catve.com com Polícia Civil do Paraná