Rene Azzolini, médico endocrinologista
Imagem: Catve
Rene Azzolini, médico endocrinologista de Cascavel, está no Rio de Janeiro para participar de um congresso de diabetes e relatou ao repórter Deivid Souza, da CATVE, a situação que enfrentou ao chegar à cidade nesta terça-feira (28).
No mesmo dia, uma operação conjunta das polícias Civil e Militar mobilizou cerca de 2,5 mil agentes em comunidades da zona norte do Rio, com foco no Complexo da Penha e no Complexo do Alemão. A ação teve como objetivo desarticular o Comando Vermelho (CV) e prender integrantes ligados à cúpula da facção.
Segundo Azzolini, a tensão começou ainda no aeroporto.
"Quando chegamos, já havia informações no grupo sobre a megaoperação. A Via Amarela e a Via Vermelha estavam interditadas, assim como a Avenida Brasil. Pegamos um Uber, mas o motorista enfrentou muitas dificuldades. Havia ônibus atravessados na pista, parte do acesso ao aeroporto do Galeão estava bloqueada e, pela manhã, houve tiroteio próximo a um dos pontos de bloqueio", relatou.
Ele contou que o trajeto até a Barra da Tijuca, que normalmente dura cerca de 40 minutos, levou mais de duas horas.
"Havia barricadas, pessoas ateando fogo em pneus e chamando a gente para passar. Helicópteros sobrevoavam a cidade, o comércio estava fechado, o transporte público paralisado e as ruas cheias de pessoas desesperadas, carros e motos em desordem."
Azzolini relatou ainda que passou próximo ao Morro do Alemão e ao Maracanã, onde presenciou arrastões e bloqueios de ônibus.
"Foram cerca de 70 bloqueios de ônibus, atravessando caminhões e coletivos. Nós passamos apenas por uma barricada no trajeto pelo Morro do Alemão, mas naquele ponto não havia tiroteio."
De acordo com o médico, ao ver as informações oficiais sobre as armas apreendidas, ele associou a situação à realidade das fronteiras.
"Essas armas vêm invariavelmente do Paraguai e de outros países, passam pela região de Cascavel e Foz do Iguaçu e chegam aqui", afirmou.
Azzolini disse ainda que, ao observar o calibre das armas, pensou nos profissionais que atuam no Hospital Getúlio Vargas, localizado próximo às comunidades onde houve confronto.
Segundo ele, a situação era de extrema tensão, com o uso de balas traçantes, drones lançando explosivos e granadas. Ele contou que era possível ver fumaça e focos de fogo nas comunidades por onde a equipe passou.
Bruna Guzzo | Catve.com
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