Réu, que é advogado, se autodefende em júri popular no Paraná

Um fato que pode ser inédito marcou a sessão do júri nesta terça (20), em Guarapuava. O advogado Diego Lichevitch Pereira dos Santos de 38 anos, sentou no bancos dos réus e ao mesmo tempo atuou na própria defesa. Ele foi julgado pela segunda vez por acidente fatal provocado pelo veículo que conduzia em abril de 2008, na Região Central de Guarapuava.

Diego disse que o primeiro júri foi anulado pela incompatibilidade da "qualificadora da surpresa" com o dolo eventual. Ou seja, essa qualificadora ocorre quando a vítima não tem condições de se defender. Essa denúncia tem como autoria o Ministério Público junto ao Tribunal de Justiça.

De acordo com entrevista exclusiva concedida por Diego ao Portal RSN, o processo ficou 13 anos no STJ até retornar à Comarca de Guarapuava no final de 2024. "Retornou e estamos indo a novo julgamento na data de hoje". E com uma condição amenizada. Conforme o advogado, nesta terça, ele está sendo julgado por homicídio simples, já que às 20h da segunda (19) ele conseguiu um ‘habeas corpus’ junto ao STJ afastando a qualificadora.

De acordo com o fato, no acidente morreram Maridelma Luteski, que pilotava uma moto e o amigo de Diego, Ericson Augusto Pereira, que estava no carro com ele. Diego advoga em causa própria já que cursou Direito após ficar um ano e 11 meses preso na penitenciária. Um ‘habeas corpus’ o colocou em liberdade.

"Eu fiquei quase dois anos no cárcere e quando saí decidi cursar Direito". Na conversa com a RSN no intervalo para almoço, antes do retorno da sessão de julgamento, Diego falou que a decisão de ‘patrocinar’ a própria defesa está pautada na experiência.

"Sou advogado há quase 10 anos e atuo na área criminal. Então, ninguém melhor do que eu para expor os fatos. Assumimos publicamente os fatos. Então, esperamos ter um julgamento justo hoje."

Tribunal do Júri decidiu e o advogado Diego Pereira dos Santos, 38 anos, está livre. Por um placar de quatro votos contra dois ele obteve clemência no julgamento do qual era réu e, ao mesmo tempo, o próprio defensor.

Portal RSN