Polícia apura se morte de idosa e suicídio de militar do Exército tem relação

A Polícia Civil investiga se a morte de uma idosa de 79 anos, encontrada sem vida em um apartamento no Bairro Jardim Botânico, em Curitiba, na tarde de quinta-feira (30), tem relação com o suicídio do genro, um militar do Exército Brasileiro, ocorrido no mesmo dia.

Segundo o que foi apurado pela reportagem da CATVE, trata-se de um subtenente que trabalhou no 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Cascavel, antes de ser transferido à capital. 

A investigação do caso está a cargo da DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa), que aguarda laudos complementares da Polícia Científica que indicarão causa da morte da idosa. Um exame de necropsia apontou que ela não tinha sinais de violência pelo corpo. De acordo com o delegado Ivo Viana, a hipótese de as duas mortes estarem relacionadas foi ventilada, pois existia um conflito no ambiente familiar entre o militar e a esposa. "No local do crime nós não encontramos nenhum elemento que pudesse indicar que ela foi morta por uma ação violenta, não existia no corpo dela vestígios de agressão. De toda forma, o corpo dela foi recolhido para o IML e hoje, durante o exame de necopsia, se confirmou que a morte dela não decorreu de ação violenta. É claro que a gente vai fazer exames complementares para ver se a morte dela pode ter relação com alguma outra causa. Então, embora a possibilidade de ter sido um homicídio ou feminicídio, como se especulou no início, ela possa estar reduzida, a gente não descarta totalmente, porque vamos aguardar o resultado de todos os exames periciais", declarou o delegado. 

A idosa foi encontrada desacordada pela filha, no apartamento onde morava com o casal, por volta de 15h30. Socorristas do Samu foram chamados, mas apenas constataram a morte. Já o genro tentou contra a própria vida dentro do quartel do 20º Batalhão de Infantaria Blindado, no Bairro Bacacheri. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital. No apartamento, foram encontrados cartões do militar, documentos dos dois filhos do casal e uma grande quantia em dinheiro.

O delegado confirmou a existência de um boletim de ocorrência por violência doméstica contra o militar registrado pela esposa. Além disso, ele já havia demonstrado insatisfação com o ambiente de trabalho. As informações serão apuradas pela DHPP, que ainda deve ouvir familiares e colegas de trabalho no decorrer do inquérito. "Ele tem uma relação ali que durou aproximadamente 17 anos com a esposa, eles estavam vivendo uma fase um pouco turbulenta na relação. [...] A sogra, a partir de um tempo, foi morar com eles. Então, morava dentro do apartamento o casal, a sogra e os filhos. Paralelamente a isso, pelas informações que a gente já conseguiu coletar, ele tinha também uma insatisfação no ambiente laboral dele, no quartel onde ele trabalhava. A gente teve acesso a alguns áudios que ele encaminhou, onde ele demonstra uma grande insatisfação no ambiente que a gente ainda não conseguiu entender muito bem. Mas, enfim todo esse conjunto de informa de comportamento dele de insatisfação o que pode ter motivado ele a tentar contra a própria vida", detalha. 

A CATVE entrou em contato com o Exército Brasileiro, mas até o fechamento desta reportagem aguardava retorno.


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