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O rosto de Marli Fernandes, de 49 anos, escancara as marcas deixadas pela violência doméstica. Ela foi espancada e jogada para fora do carro pelo companheiro enquanto o veículo trafegava em alta velocidade no Bairro Maria Luíza, em Cascavel (PR). O caso aconteceu no último domingo (25).
De acordo com ela, era a primeira vez em que apanhou, porém, antes disso, o agressor já tinha praticado atos truculentos. "Um dia ele quebrou o meu celular. Um dia, gravando os vídeos no TikTok, ele deu uma mordida na minha orelha", relatou. Marli denunciou o caso na delegacia da Polícia Civil nesta semana.
O Paraná registrou 44,4 mil ocorrências de violência doméstica ao longo de 2022, segundo dados levantados pelo Tribunal de Justiça do Paraná. No mesmo período, foram 274 casos de feminicídio ou de tentativa - o índice representa um aumento de 30% em comparação com o ano anterior.
Quais os sinais de violência doméstica?
Segundo a delegada da Polícia Civil de Cascavel (PR) Bárbara Strapasson, na maioria das vezes, os abusos são sutis e, conforme o tempo passa, evoluem para violações mais graves. Confira logo abaixo práticas comuns em relacionamentos abusivos, de acordo com a delegada:
Quando denunciar?
Quando se trata de violência de gênero, de acordo com a delegada, alguns fatores dificultam o término da relação e a efetivação da denúncia, dentre eles o medo, os vínculos afetivos, os filhos e os bens, além do julgamento social. As mulheres devem procurar a Delegacia da Mulher assim que ouvirem a primeira ofensa ou ameaça.
Medidas protetivas
"Por isso, é sempre importante que a mulher peça a medida protetiva, elas não são só um pedaço de papel, muito pelo contrário. As medidas protetivas são de extrema importância. Inclusive, a gente observa que, onde existem medidas protetivas, têm menos casos de feminicídio", destaca a delegada.
A delegada disse ainda que a medida protetiva pode ser solicitada em quaisquer condições em que as mulheres estejam, seja de risco ou não. "Podem ser pedidas mesmo que não haja um crime", finaliza.
Central de Atendimento à Mulher
A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes.
O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas e Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres.
A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher. O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.
Redação Catve.com
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