Catve
A duplicação da BR-163, no trecho entre Cascavel e Marmelândia, iniciada em 2014, ainda não foi concluída. Mesmo com pouco tempo de uso, a pista já apresenta diversos problemas estruturais, o que coloca em risco a segurança dos motoristas que trafegam pelo local.
Trata-se de uma obra relativamente nova, mas repleta de falhas. Com apenas 10 anos, o asfalto já apresenta sérios desgastes, com trechos tomados por remendos, buracos e rachaduras. Na pista antiga, a situação é ainda mais crítica: falta de manutenção, ondulações e o asfalto esfarelado.
O desgaste estrutural tem causado situações de perigo. No km 143, um caminhão foi flagrado desviando de uma ondulação na pista; o veículo que vinha logo atrás quase colidiu com ele.
A duplicação compreende cerca de 75 quilômetros entre Cascavel e Marmelândia, mas apenas cerca de 44 quilômetros foram entregues até agora. Entre os municípios de Lindoeste e Capitão Leônidas Marques, ainda restam 17 quilômetros de pista simples.
As obras começaram em 2014, mas foram paralisadas em 2020, quando a empresa responsável abandonou os serviços. O contrato foi oficialmente cancelado apenas em 2022. Desde então, o projeto original se tornou defasado e já não atende às necessidades da região.
Até o momento, foram investidos R$ 743 milhões. Os trechos mais críticos estão entre Lindoeste e Capitão Leônidas Marques. As duas cidades ainda aguardam a construção de acessos, retornos e trincheiras. Dois viadutos — um em Lindoeste e outro em Capitão — seguem inacabados.
Em 2023, durante uma audiência pública realizada em Capitão Leônidas Marques, com a presença do superintendente do DNIT no Paraná, foi anunciada uma nova promessa: a realização de uma nova licitação para retomar as obras, com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O novo projeto incluía viadutos, trincheiras, cinco passarelas e três retornos ao longo do trajeto. Quando parecia que as obras finalmente avançariam, o processo foi novamente interrompido.
A concessionária EPR será a nova responsável pelo trecho e já assinou contrato com o Governo do Estado. Como parte da concessão, será instalada uma nova praça de pedágio em Lindoeste — a mais cara do Paraná e do Lote 6.
Em nota, o DNIT informou que realiza a manutenção rotineira no trecho e continuará responsável pela conservação da rodovia até que a nova concessionária assuma oficialmente. A EPR poderá informar sobre a previsão de retomada da duplicação e demais obras após assumir a gestão.
Sobre a continuidade da duplicação, a EPR afirmou que precisa ter acesso aos projetos executivos já elaborados para estudar a viabilidade das intervenções. Caso necessário, a empresa desenvolverá novos projetos para atender às demandas da região.
Em relação às rachaduras, desníveis e ondulações, a EPR informou que já iniciou os trabalhos em trechos estaduais próximos ao município de Realeza, com intervenções no pavimento e melhorias na sinalização. Após a assinatura do termo de arrolamento, as obras nos trechos federais terão início, com autorização da ANTT e do DNIT. Todas as intervenções serão amplamente divulgadas à comunidade.
Sobre a construção de trincheiras, retornos e vias marginais, a empresa explicou que ainda não possui projetos elaborados. Assim que tiver acesso aos documentos do DNIT, irá avaliar as soluções com base no contrato de concessão e no diálogo com a população local.
A EPR ficará responsável pela conclusão da duplicação e das obras pendentes ao longo da BR-163. Em Lindoeste, será instalada a nova praça de pedágio mais cara do estado.
Confira todos os detalhes na reportagem:
Reportagem por Déborah Evangelista | CATVE
** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642