O Ministério da Agricultura anunciou que quatro países já reduziram as restrições à importação de carne de frango do Brasil. As medidas haviam sido adotadas após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
De acordo com o ministério, Rússia, Belarus, Armênia e Quirguistão decidiram aplicar a restrição apenas ao estado do Rio Grande do Sul, e não mais a todo o território brasileiro.
A notícia foi recebida com otimismo pelo setor avícola. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, comemorou a decisão:
"Agora a restrição se aplica apenas ao estado do Rio Grande do Sul, não mais ao Brasil inteiro. Essa é uma boa notícia."
Em 2023, o Brasil produziu 14,8 milhões de toneladas de carne de frango, das quais 5,2 milhões foram exportadas para mais de 150 países. Atualmente, o país abate cerca de 25 milhões de aves por dia, sendo o terceiro maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango.
O estado do Paraná se destaca como líder na produção, respondendo por mais de 30% do total nacional. O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, ressaltou a importância da região:
"O Oeste do Paraná é responsável por 40% de toda a produção paranaense. Além disso, o município de Cascavel abriga o maior plantel de aves de postura, frango de corte e outros tipos de aves do país."
O caso confirmado em Montenegro foi o primeiro registro de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil em 29 anos. A confirmação gerou preocupação no setor, com impacto imediato nas exportações.
"O primeiro reflexo foi a suspensão temporária das exportações. Com isso, houve um aumento da oferta no mercado interno, o que pressionou os preços do frango para baixo," explicou Dilvo.
Agora, com a desinfecção da granja concluída no Rio Grande do Sul, a expectativa é de que as exportações retornem gradualmente à normalidade. O trabalho técnico realizado no estado foi reconhecido como eficaz pelos países importadores.
"O Brasil fez a lição de casa. Houve reconhecimento da responsabilidade do país com a biossegurança e com o controle sanitário. Já começaram a liberar as importações. Tenho certeza de que, nos próximos 28 dias, no mais tardar, teremos a normalização das exportações para todos os mercados," concluiu Grolli.
Confira os detalhes no vídeo:
Reportagem de Caio Vasques | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA