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Comida distribuída na cadeia e penitenciárias é alvo de reclamações

A reclamação mais frequente é a comida estragada dentro das marmitas


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Arroz, feijão, carne, macarrão e quirera. A marmita bem servida até parece apetitosa, qualidade aparente que nem sempre se mantém até chegar ao consumidor. O relato descreve a alimentação servida para os presos das penitenciárias Estadual e Industrial de Cascavel. A reclamação mais frequente é a comida estragada dentro das marmitas. A dificuldade de manter uma alimentação adequada tem prejudicado a saúde dos detentos. O primeiro sinal de que algo não vai bem é a perda de peso excessiva. Outro problema acontece em dia de visita. Se o horário de almoço coincide com a presença dos familiares dentro da unidade, as marmitas não são entregues aos detentos, restrição confirmada pela direção das penitenciárias. Nesses dias, a única alimentação disponível ao preso são os itens que a família pode levar, regalia que só foi liberada recentemente. Tanto na PIC como na PEC é permitida a entrada de duas barras de chocolate, 400 gramas de leite em pó, 400 gramas de achocolatado, 800 gramas de bolacha sem recheio, 200 gramas de suco em pó, um pacote de farofa temperada, um pão de forma fatiado, dois pacotes de tempero pronto e um pote de doce em pasta. Quantidades estabelecidas em decreto para o período de um mês. As denúncias não são recentes e já foram alvo de investigação da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Cascavel. No entanto, o grupo afirma que necessita de reclamações formais para atuar. O grande problema, são poucos os que têm coragem de mostrar o rosto. O medo dos familiares é de qualquer ação que do lado de fora possa resultar em consequências dentro das penitenciárias. Segundo o diretor das unidades, amostras aleatórias da alimentação são coletados em todas as entregas. As marmitas são pesadas, experimentadas por um agente e por um detento e tem a temperatura conferida, procedimento que nunca teria flagrado irregularidades. Já a Secretária de Justiça, afirma que todas as reclamações são verificadas. A marmita é recheada de itens indigestos era a alimentação que a jovem recebia enquanto esteve atrás das grades; a qualidade da comida é reclamação constante dos detentos da carceragem da Delegacia de Cascavel. A maioria das famílias não grava entrevista com medo de represálias, mas os relatos são impressionantes. Comida sem tempero, cardápio pobre e sem variedade e até alimentação estragada. O chefe da carceragem confirma os problemas, a equipe de agentes penitenciários já flagrou marmitas sem condições de consumo. A situação foi comunicada oficialmente ao delegado chefe, ao juiz e ao promotor de justiça. Mesmo assim, o governo optou pela renovação do contrato com a empresa fornecedora até março de 2014. Nossa equipe acompanhou uma das entregas, no cardápio, arroz, feijão e metade de um empanado de frango, o cheiro não indicava nenhum alimento estragado, mas sim a ausência de qualquer tempero, tudo acondicionado em uma embalagem pequena, com capacidade máxima de 300 gramas de comida, violação de direitos que fica evidente. Diante desta situação a chefia foi obrigada a liberar a entrada de comida feita pelas famílias. Com algumas limitações, os presos recebem comidas de casa. Cardápio simples do dia a dia, mas de qualidade. Antes de chegar aos presos tudo precisa ser examinado com cuidado, já que o benefício nem sempre é aproveitado da forma correta. Já foi apreendido bolo e feijão que receberam como complemento maconha. O serviço demanda da dedicação de dois a três agentes por dia, que poderiam exercer outras funções. O responsável pela empresa confirmou os problemas, mas ressaltou que apenas cumpre o contrato e fez as adequações possíveis para melhorar a alimentação.

Jornal da catve

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