Cotidiano

Só no primeiro trimestre do ano, 174 menores apreendidos

Os números comprovam que a adolescência não é mais como antes


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Só 17 anos, e uma extensa ficha policial. Acusado de dois homicídios, fora as passagens como usuário de drogas, agressão e porte ilegal de arma de fogo. Este é apenas um exemplo da realidade que envolve os adolescentes. Segundo dados da Polícia Militar, durante o ano de 2012 dos mais de 2000 crimes em Cascavel, 758 foram cometidos por menores. Em 2013 até o fim de março, já foram 174 menores envolvidos em atividades criminosas. "As estatísticas indicam que ¼ dos crimes cometidos são considerados atos infracionais e foram cometidos por menores de idade". Os números comprovam que a adolescência não é mais como antes. Mais agressivos e ousados os adolescentes furtam, roubam, estão no mundo do tráfico e não raras vezes matam. "Os crimes que estão acontecendo, a maioria das barbaridades que tem acontecido como a gente viu nas últimas semanas aí, a dentista que foi colocada fogo, a questão do João Hélio que foi arrastado vivo e entre inúmeros outros crimes se coloca sempre adolescente. A gente pega aqui até o próprio torcedor do Corinthians quando foi acusado de ter matado lá, apresentou o adolescente. Quer dizer, a sensação de que apresenta o adolescente que não da nada, está muito explícita, isso tem que acabar", advogado Luciano Katarinhuk. Para o advogado, as punições para os menores infratores hoje são incompatíveis com a gravidade das infrações cometidas por eles. As medidas socioeducativas não garantem reeducação a ponto de não levarem os adolescentes ao envolvimento em mais crimes novamente. "O crime de homicídio por ele é ato infracional e é tipificado como um homicídio, mas é um ato infracional, o qual a penalidade é no máximo a sua apreensão, ele vai ficar apreendido, no máximo três anos, portanto a sensação de que não da nada", advogado Luciano Katarinhuk. Mas a solução está longe de ser apenas a implantação da maioridade penal aos 16 anos. A situação ainda engloba a capacidade do sistema carcerário. Se hoje apenas com maiores de 18 anos já existe superlotação, como devem ficar as cadeias e presídios com mais detentos? "Claro que geraria uma demanda maior nas carceragens, mas o que não pode é a sociedade deixar de discutir segurança porque o executivo não consegue atender essa demanda. Nós temos que, essa é uma discussão salutar de saber se esses menores de 18 anos, 16 à 18 anos entendem o que estão fazendo. Acho que em primeiro lugar está a segurança da coletividade e eu entendo que essa é uma discussão que realmente tem que ser debatida com a sociedade e se for necessário o executivo que construa mais cadeias que consigam recuperar essas pessoas", delegado Alexandre Macorin. Enquanto não há estrutura que comporte uma mudança, os pequenos criminosos continuam usando as facilidades, inclusive, para auxiliar os grandes criminosos. "Essa discussão tem que ser realizada, porque simplesmente pelo fato de não haver o lugar pra colocá-los nós não podemos deixar toda uma sociedade a mercê dessa bandidagem toda", delegado Alexandre Macorin.

Jornal da Catve

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