Foto: Agencia Brasil
O reajuste salarial dos servidores do Executivo federal deve gerar um impacto de R$ 25,4 bilhões no Orçamento de 2026. Os dados são do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) e foram obtidos pelo portal Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
O valor é superior ao impacto registrado em 2025, que foi de R$ 17,3 bilhões, e menor que o previsto para 2027, estimado em R$ 27,8 bilhões. Os números fazem parte de uma série de acordos firmados entre o governo federal e entidades sindicais, que tratam da política de valorização salarial dos servidores.
Segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o gasto total com pessoal em 2026 deve alcançar R$ 456,87 bilhões, incluindo salários, aposentadorias, pensões e benefícios sociais. Dentro desse cenário, o impacto dos reajustes representa cerca de 5,5% do total das despesas com pessoal, percentual considerado relevante em um orçamento pressionado por gastos obrigatórios.
De acordo com o MGI, o impacto previsto para 2026 também inclui reajustes acordados em 2025, já que, em alguns casos, o aumento salarial foi dividido em duas etapas, conforme o acordo firmado com cada categoria.
Carreiras com maior impacto
Em 2025, os maiores impactos orçamentários foram registrados nas seguintes carreiras:
Magistério: R$ 4,8 bilhões;
Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE): R$ 3,1 bilhões;
Servidores do Seguro Social: R$ 1,2 bilhão;
Carreiras da Previdência Social, Saúde e Trabalho: R$ 1,2 bilhão.
Já em 2026, as carreiras com maior impacto previsto são:
Magistério: R$ 6,7 bilhões;
PCCTAE: R$ 4,4 bilhões;
Carreiras da Previdência Social, Saúde e Trabalho: R$ 1,8 bilhão;
Servidores do Seguro Social: R$ 1,7 bilhão;
Carreiras jurídicas: R$ 1 bilhão.
O ministério ressalta que as carreiras com maior impacto não são necessariamente as que receberam os maiores percentuais de reajuste, mas sim aquelas que concentram grande número de servidores, como é o caso do Magistério.
Despesas com pessoal
O Relatório do Tesouro Nacional (RTN), publicado em novembro, aponta que as despesas com Pessoal e Encargos Sociais somaram R$ 322 bilhões entre janeiro e outubro de 2025, um aumento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o documento, parte significativa desse crescimento está relacionada a sentenças judiciais e precatórios, e não apenas aos reajustes salariais.
O Tesouro destaca que, embora os reajustes tenham impacto estrutural no Orçamento, especialmente a partir de 2026, eles não são o principal fator por trás da recente alta das despesas com pessoal.
Posição do governo
O MGI informou que a valorização e modernização das carreiras fazem parte do projeto de Transformação do Estado, coordenado pela pasta. Segundo o ministério, a partir de 2023 foram retomados canais institucionais de negociação com os servidores, resultando na assinatura de 55 termos de acordo, que contemplaram 100% dos servidores efetivos, com reajustes pactuados até 2026.
Em nota, a pasta afirmou que as medidas seguem o compromisso com a responsabilidade fiscal e com os limites do arcabouço fiscal, mantendo a despesa com pessoal em patamar estável em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com previsão de representar menos de 2,6% do PIB em 2025 e 2026.
Antonio Mendonça/ Catve.com/ Metrópoles
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