Mães cobram posicionamento da Prefeitura após aprovação do relatório da CPI do Abuso

As mães de crianças vítimas de abuso em Cmei de Cascavel cobram um posicionamento da Prefeitura após a conclusão e aprovação do relatório final da CPI do Abuso, ocorrida no dia 19 de novembro. O documento, aprovado por unanimidade pelos membros da comissão, aponta falhas, irregularidades e possível negligência na condução das denúncias envolvendo um ex-agente de apoio condenado por abuso de alunos.

Após a leitura e aprovação, o relatório deveria ser encaminhado ao prefeito, à Controladoria-Geral, à Procuradoria Jurídica do Município e ao Ministério Público. Porém, oito dias depois, familiares afirmam que ainda não houve qualquer manifestação do Executivo.

"Já se passaram oito dias desse relatório e a gente não escuta mais nada sobre a CPI. A gente vem lutando há muito tempo por isso. Fazem quatro anos que eu aguardo essa justiça. A gente queria um pronunciamento dele, para que ele fale para a gente o que vai ser feito, se o Ministério Público vai estar ao nosso favor", disse Mariana Kalscheune, mãe de uma das vítimas.

Em nota, a Prefeitura informou que a Procuradoria-Geral do Município ainda não recebeu o relatório de forma oficial. Segundo o texto, mesmo acompanhando informalmente os trâmites, qualquer posicionamento técnico depende do envio formal do documento. Assim que isso ocorrer, a Procuradoria afirma que fará uma análise jurídica e administrativa detalhada para definir as medidas cabíveis.

A administração reforçou ainda que tem adotado ações para fortalecer a proteção nas unidades de ensino e citou o projeto enviado pelo prefeito e aprovado pela Câmara, que determina o afastamento imediato de servidores suspeitos de violência física ou sexual contra crianças, adolescentes ou idosos.

"O que mais me deixa indignada é que o cara foi condenado em primeira e segunda instância e não foi preso. O que está faltando? Já que a CPI aponta que houve falhas", completou a mãe.

Já o Ministério Público informou que o relatório ainda não chegou ao promotor responsável, que deve analisá-lo quando o documento for oficialmente recebido.

Confira detalhes no vídeo:

Reportagem de Déborah Evangelista | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA