Imagem: Corpo de Bombeiros Militar do Paraná
Horas depois de receber o certificado de conclusão do curso da Força-Tarefa de Resposta a Desastres do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, integrantes da nova turma já estavam em Rio Bonito do Iguaçu.
A cidade, no Centro-Sul do Estado, foi atingida por um tornado na noite de sexta-feira (7). O fenômeno destruiu bairros inteiros, deixou mais de mil moradores fora de casa, provocou centenas de feridos e causou seis mortes.
As primeiras informações sobre o desastre chegaram por volta das 18h. Uma equipe do 12º Batalhão, com bombeiros de Laranjeiras do Sul e Guarapuava, foi a primeira a chegar ao município. Em seguida, a força-tarefa estadual entrou em prontidão e oficiais se deslocaram para o comando da corporação em Curitiba.
Vinte bombeiros da região iniciaram o atendimento e, ainda na noite de sexta-feira, receberam o reforço de mais trinta integrantes da força-tarefa vindos de Cascavel e Ponta Grossa, além de quatorze militares do Grupo de Operações de Socorro Tático com cães de busca. A primeira resposta reuniu cerca de cinquenta bombeiros e dez viaturas.
Entre os mobilizados estava o 1º tenente Pedro Arthur Pierdoná, de Guarapuava, que havia concluído a formação poucas horas antes. À noite, já seguia para Rio Bonito do Iguaçu. Ele conta que um momento marcante para ele no atendimento da tragédia foi durante a vistoria a um supermercado colapsado.
"Estava focado no local e nos riscos ao redor, mas como o mercado fica no alto da cidade, em determinado momento deu pra ver toda a destruição municipal, de forma generalizada. Esse impacto de você estar olhando para o micro e de repente ver o macro me fez pensar em cada uma das famílias que vivia ali e teve não só a sua casa, mas toda sua vizinhança completamente devastada", recorda.
A operação passou para a fase de apoio humanitário na segunda-feira (10). Cerca de vinte e um bombeiros permanecem na cidade, entre eles integrantes da força-tarefa. As equipes auxiliam no transporte de água, entrega de cestas básicas e lonas e no apoio à Defesa Civil, com levantamento de dados e retirada de árvores que oferecem risco. Algumas áreas apresentam acesso difícil, o que demanda atuação especializada.
Pierdoná afirma que, apesar da destruição, a população demonstra gratidão ao receber as equipes. Para ele, a experiência reforça a importância da preparação técnica e do treinamento recém-concluído, que orientou o trabalho em meio ao caos e exigiu organização e precisão desde o primeiro momento.

Imagem: Luan Reis/CBMPR
O curso da Força-Tarefa ocorre anualmente e treina bombeiros de diferentes regiões do Estado para situações de alta complexidade, como enchentes, deslizamentos, estruturas colapsadas e incêndios florestais. Durante três semanas, os participantes passam por módulos teóricos e práticos com foco em salvamento, condução de embarcações, operação de veículos, corte de árvores e georreferenciamento. A formação mais recente ocorreu na Escola Superior de Bombeiro Militar, em São José dos Pinhais, inaugurada há poucos dias.


Imagens: Luan Reis/CBMPR


Imagens: CBMPR
Bruna Guzzo | Catve.com com AEN-PR
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