Reprodução/Esfera Brasil
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, defendeu a exploração de minerais críticos no Brasil durante um evento com empresários promovido pelo Esfera Brasil, na noite desta segunda-feira (3), em Brasília.
Ao lado do presidente do Conselho do Grupo Esfera, João Camargo, o novo ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que o debate sobre a extração de terras raras está diretamente ligado à soberania nacional e defendeu que o país invista na industrialização e no processamento interno desses recursos, em vez de exportá-los de forma bruta.
"Esse é um projeto que deveria ser suprapartidário, com compromisso dos setores populares e empresariais: a soberania sobre os nossos recursos minerais. Nós temos a segunda maior reserva de terras raras do mundo. O que nós vamos fazer com isso? Exportar de forma bruta ou processar aqui? Criar uma cadeia produtiva aqui?", afirmou Boulos.
O ministro também citou o quartzo, outro recurso abundante no país, como exemplo do potencial que pode ser melhor aproveitado pela indústria nacional.
"Hoje a gente exporta quartzo bruto, que tem valor 20 vezes menor que o quartzo em grau solar e eletrônico, que poderia estar sendo processado aqui", disse.
Governo Lula e as terras raras
O tema das terras raras — um grupo de 17 metais essenciais para a fabricação de produtos modernos como celulares, televisores, câmeras e lâmpadas de LED — tem ganhado destaque dentro do governo federal.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o Brasil detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, representando cerca de 25% do total global. Esses minerais são considerados estratégicos por seu uso em tecnologias de ponta e também na indústria de defesa, onde compõem aeronaves de caça, submarinos e equipamentos com sensores e telêmetros a laser.
No último dia 16 de outubro, o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) foi instalado oficialmente. Durante a cerimônia, que contou com a presença do presidente Lula, foi criado um conselho específico para minerais críticos, com a função de assessorar o governo na formulação de políticas públicas para o setor.
A posição do presidente é de que os recursos estratégicos — como lítio, nióbio e terras raras — devem ser tratados como patrimônio do povo brasileiro.
Na semana passada, Lula se reuniu com lideranças da mineração e investidores estrangeiros, ocasião em que o tema voltou à pauta. Segundo interlocutores do Planalto, a proposta é atrair investimentos sem abrir mão do controle nacional sobre a produção e a tecnologia ligada aos minerais críticos.
Antonio Mendonça/ Catve.com/ Metrópoles
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